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Rychely e Santos
na luta pelo topo
Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
22/06/2011 | 07:23
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Há dois meses Rychely era um jogador sem perspectivas. Atacante do segundo rebaixamento consecutivo do Santo André - para a Série C do Campeonato Brasileiro e para a Série A-2 do Paulista - ele não sabia o que o futuro lhe reservaria. Quis o destino, porém, que ele chamasse a atenção do Santos, chegasse a tempo de ser inscrito na Copa Libertadores e hoje, às 21h50, contra o Peñarol, no Pacaembu, tenha a chance de conquistar o título mais importante do continente.

Ele é um dos dez profissionais que passaram pelos times do Grande ABC e hoje, no Santos, estão diretamente envolvido na decisão CF51(confira os demais no texto ao lado).

"É maravilhosa essa sensação. Fiz o que pude no Santo André, me esforcei, mas infelizmente tivemos esses dois rebaixamentos. Foi um clube que abriu as portas para mim, onde deixei grandes amigos", comenta Rychely, que no meio do caminho quase foi parar no Alania, da Rússia. "Tive esse convite, viajei para acertar, mas não deu certo. Acho que tudo conspirou para que hoje eu estivesse no Santos", comemora.

Relacionado nos últimos jogos, o atacante vive a expectativa de ficar pelo menos no banco de reservas. "Ainda não sei se vou para o jogo. O Muricy (Ramalho) não falou nada, mas estou feliz só de participar desse grupo. Sinceramente não esperava que as coisas acontecessem tão rápido na minha vida", revelou o jogador durante a concentração em hotel de São Paulo com o restante do grupo. Enquanto Rychely não sabe se joga, Paulo Henrique Ganso foi confirmado pelo treinador. Depois de ficar 45 dias ausente por conta de lesão na coxa direita, o meia treinou normalmente ontem. "Se não acontecer nada de anormal ele vai para o jogo", adiantou Muricy, sem revelar quem deixa o time.

Outro que retorna é o zagueiro Edu Dracena. Ele cumpriu suspensão no primeiro jogo e reassume lugar ao lado de Durval. O lateral-esquerdo Léo, livre de lesão no tornozelo direito, também volta à equipe. "Só vou definir o time momentos antes da partida. Claro que quero contar com o melhor time possível, mas não posso me precipitar", despistou Muricy.

 

Grande ABC tem outros nove nomes envolvidos na final

 

Não é só Rychely que faz o torcedor do Grande ABC se sentir um pouco na final da Libertadores. Outros nove profissionais que hoje trabalham no Santos em algum momento estiveram relacionados a Santo André ou São Caetano.

Entre os titulares, o polivalente Pará foi revelado e atuou por cinco anos no Ramalhão (de 2003 a 2008). O volante Adriano, emprestado pelo Peixe, esteve no São Caetano no ano passado e o atacante Zé Eduardo também teve passagem pelo Azulão em 2009.

Outro jogador revelado no Santo André e que hoje pode ser campeão da Libertadores é Maikon Leite. Apesar de frequentar as categorias de base do Ramalhão, o atacante quase não jogou no profissional e se transferiu para o Santos assim que começou a brilhar.

O técnico Muricy Ramalho participou de momento importante na história do São Caetano. Ele era o treinador do único título do Paulistão conquistado pelo Azulão, em 2004. Seu auxiliar-técnico, Tatá, foi decisivo no comando do Santo André no fim da década de 1990.

Outros tiveram passagens relâmpago pela região. São os casos do atacante Borges, ex-São Caetano, e o zagueiro Vinicius Simon, ex-Ramalhão.

O último nome da lista é o meia Roger. Pouco aproveitado no São Caetano, o jogador foi emprestado recentemente ao Santos após disputar o Campeonato Paulista pelo Oeste, de Itápolis. Mesmo sem estar inscrito, a esperança dos dirigentes do Azulão é que ele valorize caso o Peixe conquiste a Libertadores.

 

Muricy põe à prova evolução em mata-mata

 

Foram seis participações em Libertadores e duas finais. Coroado como Rei dos pontos corridos, o técnico Muricy Ramalho sonha em conseguir hoje acabar com o estigma de que não se dá bem em mata-mata. Bem-humorado, o treinador revelou ontem que está mais maduro, curtindo essa forma de disputa e pronto para vencer pela primeira vez a competição sul-americana.

"Agora que cheguei à final da Libertadores pararam de pegar no meu pé por conta dos mata-mata, mas me perseguem porque não ganhei uma final de Libertadores", brincou o treinador. "Ganhar não vai adiantar nada. Ainda falta Marte, Saturno. Estou jogando decisão atrás de decisão, ganhando tudo e sempre alguém me cobra de algo, não adianta", completa.

A única experiência do treinador em decisão de Libertadores foi em 2006, quando comandava o São Paulo e perdeu para o Internacional. "Nem sei quantas Libertadores já disputei. Isso aí tem de ver, não penso nisso. Sei que já é minha segunda final. Agora é uma nova chance de ganhar", comentou.

Experiente, Muricy não concorda com o técnico do Peñarol, Diego Aguirre, que transferiu o favoritismo ao Santos. "Isso é uma tática que só serve para aumentar a pressão do nosso lado. Bobagem. Será uma decisão muito difícil, não tem como esperar por outra coisa. Só posso garantir que nosso time está preparado para enfrentar essa batalha", finalizou.




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