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Viscome deve ser julgado por falta de decoro
Por Do Diário do Grande ABC
27/03/1999 | 14:31
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O vereador Vicente Viscome, sem partido, nao compareceu neste sábado para depor na Comissao Parlamentar de Inquérito (CPI) dos fiscais, na Câmara Municipal. O vereador, que está foragido da polícia há quase um mês, seria o primeiro a ser ouvido na CPI. Como ele nao terá outra chance para ser interrogado, a falta será o primeiro passo para a abertura do processo de cassaçao do parlamentar.

Viscome é acusado de ser um dos líderes do esquema de cobrança de propinas na Administraçao Regional da Penha. Segundo o presidente da CPI, vereador José Eduardo Martins Cardozo (PT), Viscome deverá ser enquadrado no artigo 18 da Lei Orgânica do Município, que se refere à conduta dos membros do Legislativo. Pela lei, o vereador pode perder o mandato por falta de decoro parlamentar. No caso, o depoimento seria a chance de Viscome se defender das acusaçoes perante à Câmara.

O advogado do vereador, Sidney Rodolfo Machado, compareceu à sessao. Segundo ele, seu cliente nao apareceu porque está doente. "Além disso, a Câmara ainda nao decidiu sobre seu pedido de licença médica", disse Machado. Na quarta-feira, ele apresentou um atestado médico obtido com um ginecologista.

O advogado também espera uma resposta do pedido de habeas-corpus a favor do parlamentar. "Ele quer se entregar, mas nao nessas condiçoes, pois é réu primário, uma pessoa conhecida e com endereço fixo", alegou Machado.

Sobre a falta de decoro parlamentar, Machado nao descarta a possibilidade de entrar com um mandado de segurança para impedir a cassaçao do vereador.

Depoimentos - O primeiro a depor hoje foi o ex-funcionário da AR-Penha, Nelson Gomes. Ele confirmou o depoimento que prestou no início do mês na polícia, quando revelou que chegou a recolher propinas em bancas de jornais para o fiscal Milton Figueiredo da Silva, acusado de participar do esquema.

Ele também disse que o ex-funcionário Sílvio Rocha chegou a trabalhar como chefe de apreensao da regional e tinha um "padrinho quente". Esse padrinho seria o ex-prefeito Paulo Malufl (PPB).

Rocha, considerado "intocável" na regional, esteve envolvido na semana passada na denúncia de que Maluf é o avô de sua neta. Além de Gomes, seriam ouvidas à tarde outras nove pessoas. Entre elas, os fiscais da AR-Penha Ivan Márcio Gitay e Fernando Garcia Leper, que está foragido da polícia. Foram convocados três funcionários da empresa Panco. A empresa teria sofrido tentativa de extorsao dos vereadores Vicente Viscome e Dito Salim (PPB).




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