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Ex-secretária de Mauá presta depoimento nesta segunda-feira
Por Do Diário do Grande ABC
25/07/2005 | 08:11
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A ex-secretária de Finanças da gestão do petista Oswaldo Dias, Valdirene Dardin, é aguardada nesta segunda-feira à tarde no Ministério Público de Mauá para prestar esclarecimentos quanto ao desaparecimento de R$ 230 mil das contas da Prefeitura entre os anos de 2003 e 2004. Os saques só foram percebidos pelo atual secretário, Adalberto Coppini, que, inclusive, abriu sindicância para apurar como foram feitos, já que o dinheiro foi sacado na boca do caixa do Banco Santander.

A própria prefeitura solicitou à instituição bancária dossiê completo da movimentação da conta nº 0723-45 000036-2 do Executivo. Na Secretaria de Finanças de Mauá não há registro de tais saques – feito em quatro ocasiões, segundo sindicância do Executivo –, mas o banco emitiu os comprovantes à comissão formada por advogados efetivados da administração. De acordo com a Prefeitura, a destinação dos saques supostamente feitos por Valdirene não foi explicada, nem tampouco a contrapartida contábil da operação bancária.

Coppini revela que o dinheiro foi retirado dos juros da aplicação, e não diretamente da conta, que chegou a ter R$ 16 milhões em outubro de 2004. O dinheiro dessa aplicação era utilizado para pagamento da folha de funcionários e rescisões contratuais.

Assim que o suposto desvio se tornou público, a ex-secretária de Finanças, por meio do advogado Laércio dos Santos, divulgou nota oficial em que prometia fazer revelações sobre a corrupção do PT em Mauá. No referido ofício, insinuava que "episódios como mensalão e cueca milionarária pareceriam contos de fada", diante do que diria aos promotores públicos.

Convidada a prestar esclarecimentos ao MP, Valdirene não compareceu na terça-feira passada. O advogado Laércio dos Santos comunicou aos promotores que estava deixando o caso porque não conseguia mais falar com sua cliente. "Como não consegui manter contato para continuar orientando-a, saí do caso", revela o advogado. "A cliente não segue minha orientação."

Um dia depois, Roberto Telhada foi a público declarar que aceitou defender Valdirene. Telhada também defende o empresário paulista Rogério Buratti, que foi assessor de Antônio Palocci quando o hoje ministro da Fazenda foi prefeito de Ribeirão Preto. Buratti é investigado pela Polícia Federal por suspeita de irregularidades na renovação de um contrato com a multinacional americana Gtech do Brasil.

Nesta segunda-feira à tarde, caso ela cite nomes, como prometeu em nota assinada conjuntamente por ela e pelo primeiro advogado de defesa, os promotores poderão requerer a quebra dos sigilos bancário e fiscal dela.

TCE – Por conta das denúncias de irregularidades envolvendo o PT e a Prefeitura, o TCE (Tribunal de Contas do Estado) iniciou na semana passada devassa nas contas de 2004 do Executivo municipal. Por mais 15 dias, auditores estarão debruçados sobre contratos e ações da gestão Oswaldo Dias (2000-2004).




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