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Cannes se prepara para festival em meio à greve na França
Da AFP
13/05/2003 | 16:04
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Cannes, o balneário da Cotê d'Azur que a cada primavera se transforma por alguns dias na capital mundial do cinema, termina nesta terça-feira os preparativos para o Festival. Em torno do Palácio dos Festivais, havia a atividade febril habitual da véspera da abertura, mas a greve geral que paralisa os transportes na França impedia a chegada dos participantes do festival.

No entanto, os amantes da sétima arte podem ficar tranqüilos: apesar da paralisação total que podia ser vista nesta terça-feira nas estações ferroviárias e nos aeroportos da região, a grande festa do cinema começará amanhã, quarta-feira, como previsto, e as estrelas comparecerão ao evento. Algumas já estão em Cannes, como Monica Bellucci, mestre-de-cerimônia da 56ª edição do Festival de Cannes, e a americana Meg Ryan.

Prevendo os transtornos que a greve nos transportes poderia causar, a direção do Festival pediu aos participantes para adiantarem em um dia sua chegada, ou que chegassem na quarta-feira, dia da abertura.

Os preparativos prosseguiam por toda a cidade, porque de 14 a 25 de maio o cinema não ocupa apenas o Palácio dos Festivais e as salas de projeção, mas invade literalmente toda a cidade, suas ruas e praias, nas quais ocorrem diversos eventos e shows. Além disso, uma sala de cinema é montada ao ar livre.

Ainda assim, a artista americana Jenny Holder, conhecida por conceber instalações luminosas, transformará em cada noite lugares emblemáticos de Cannes em telas gigantes nas quais haverá uma homenagem ao cinema com espetáculos de luz.

O Festival começará com a exibição de "Fanfan la Tulipe", de Gérard Krawczyk, remake de um clássico do cinema francês, em que Penélope Cruz e o francês Vincent Pérez interpretam os mesmos personagens que, em 1951, couberam a Gina Lollobrigida e Gerard Philipe.

Vinte filmes de treze países, entre eles o brasileiro "Carandiru", de Héctor Babenco, disputam este ano a Palma de Ouro. No total, incluindo as diferentes sessões fora de comeptição, a seleção oficial do Festival conta com 52 longa-metragens, 40 deles apresentados em estréia mundial.

Acrescentando as sessões paralelas, a maratona cinematográfica de Cannes terá mais de cem filmes, aos quais é preciso acrescentar outros 700 se forem levados em consideração os exibidos no Mercado do Filme, que se realiza paralelamente ao Festival.

"Carandiru", do brasileiro Héctor Babenco, dois filmes argentinos, "Hoy y Mañana" de Alejandro Chomski e "La cruz del sur" de Pablo Reyero, e o curta-metragem "A janela aberta" do brasileiro Philippe Barcinski representam o cinema latino-americano na seleção oficial.

"Caradiru" é o único longa-metragem latino-americano da seleção na competição oficial. O filme do diretor chileno Raúl Ruiz representa a Suíça.

Com dez filmes (cinco deles franceses) a Europa é o continente mais bem representado na seleção da competição, na qual figuram quatro filmes da América do Norte (três americanos e um canadense) e cinco da Ásia. O cinema africano é mais uma vez o grande ausente da lista.

"Mystic River" de Clint Eastwood, "Dogville" de Lars von Trier e com Nicole Kidman, Lauren Bacall e James Caan, "Padre e hijo" de Alexandre Sokurov, "Les Egarés" de André Téchiné, "Moab story" de Peter Greenaway, "Swimming pool" de François Ozon, "Akarui Mirai" de Kiyoshi Kurosawa, "Il Cuore altrove" de Pupi Avati e "A las cinco de la tarde" de Samira Majmalbaf estão entre os aspirantes à Palma de Ouro.

Entre os filmes apresentados fora da competição, cabe destacar o muito esperado "The Matrix Reloaded" de Andy e Larry Wachowski, que será exibido na quinta-feira em estréia mundial.




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