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Jovem seqüestrada por oito anos deixa perguntas sem respostas
Por Da AFP
07/09/2006 | 15:35
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A adolescente austríaca seqüestrada durante oito anos no norte de Viena, Natascha Kampusch, impressionou por sua fortaleza de caráter e pela facilidade de expressão em sua primeira aparição pública desde sua fuga no fim de agosto, avaliou nesta quinta-feira a imprensa local.

Na entrevista ao canal austríaco ORF, exibida na noite de quarta-feira, Kampusch mostrou pela primeira vez seu rosto, revelando-se uma jovem atraente e "normal" de 18 anos, muitas vezes sorridente.

"Com segurança em si mesma e sem se lastimar, Natascha Kampusch impressionou", resumiu o jornal Kurier. Mas, "apesar de algumas respostas, restam muitas perguntas", destacou.

A jovem falou muito, de forma positiva, da relação com a mãe, mas não fez referência ao pai. Apresentou versões diferentes de sua fuga e seu relacionamento com Wolfgang Priklopil, seu seqüestrador, continuou sendo um tabu.

Priklopil suicidou-se na noite de 23 de agosto, horas depois da fuga de sua refém. Kampusch não quis falar muito de seu raptor, mas contou que ele lhe dava presentes no Natal e Páscoa, e que às vezes sonhava em decapitá-lo com um machado.

De entrada, recusou-se a falar de supostas relações sexuais entre ela e Priklopil. "O que mais me enoja? São as mentiras que li (na imprensa). Que ele teria abusado de mim...", declarou.

"Depois dos primeiros minutos de respeito a Kampusch, as perguntas se acumularam", avaliou o jornal Der Standard em um editorial. "É tão forte quanto parece? Poderá enfrentar o interesse extremo dos meios de comunicação? Agora que mostrou seu rosto, poderá ser outra coisa que 'a pequena Natascha que um psicopata trancou em um porão'?", questionou.

Em entrevista à TV privada alemã N24, o pai de Natascha disse nesta quinta-feira que desde pequena sua filha era "incrivelmente forte e inteligente". Ele considerou que a entrevista de Natascha à TV austríaca foi prematura e lamentou não ter podido aconselhá-la como gostaria de ter feito.

"Merecia que lhe déssemos um pouco mais de tempo porque me parece que esta intervenção teve para ela um custo pessoal muito elevado", acrescentou. "Alguns não quiseram me dar a oportunidade de falar com Natascha", queixou-se.




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