Cultura & Lazer Titulo
Um livro cativante
Por Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
10/05/2009 | 07:09
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Reprodução


Um ano antes de sua morte, em 1943, o escritor francês Antoine de Saint Exupéry, imortalizou um personagem e uma história, marcando para sempre a vida de crianças e também de adultos com frases como "Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos" e "Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativa", eternizadas no livro O Pequeno Príncipe.

Dentro da programação do O Ano da França no Brasil, chega às lojas o livro O Pequeno Príncipe Me Disse (276 páginas, Pedra N'Água Editora, R$ 46 em média).

Com organização da designer Sheila Dryzun, a obra que teve como base o texto original do autor francês, nasceu logo após a ideia de criar uma coleção de joias baseada no Pequeno Príncipe. Sheila percorreu a França, América do Sul e o deserto do Saara atrás de qualquer informação sobre Exupéry, que aliás, teve muito contato com o Brasil.

Tudo isso resultou nessa edição caprichada, que reúne depoimentos de várias personalidades brasileiras que já tiveram contato com a obra original, entre elas, o músico Tom Zé, a escritora Andréa Del Fuego, Pelé, Luana Piovani e Maurício de Sousa, entre outros tantos.

Sheila teve o apoio de François d'Agay, sobrinho de Exupéry, ela conta que foi um verdadeiro desafio concretizar o projeto, a começar pela pesquisa feita na França para encontrar algum familiar do autor, já que este não teve filhos e não há mais ninguém de mesmo sobrenome.

Belo, rico e delicado, o livro traz as aquarelas originais do próprio Exupéry, e tem uma dedicatória especial: à criança que já fomos um dia.

Cada convidado recebeu uma frase tirada do título original, escolhidas pela organizadora. Os depoimentos são ilustrados com fotos de infância dos ilustres. "Eu escolhi as frases de acordo com o que sentia pelas pessoas. Primeiro escolhi os trechos, depois as pessoas, convidei quem eu achei que realmente teria algo a dizer sobre o Pequeno Príncipe", conta Sheila, que teve seu primeiro contato com o personagem aos 14 anos.

A obra se encerra com um presente ao leitor, páginas com espaço em branco para colocar a foto e o depoimento. Assim, cada um pode registrar sua homenagem a Exupéry e também ao personagem transcendental.

Trecho
Larva - Desprezo nela!, em nome dum futuro.
Bicho, movimento lento, umidade de todo o nascimento.
Eu brinco: sempre fui, prossigo larva. (Asa azul de vitral dentro da tripa, renda invisível.)
Meu nome de batismo de larva é vir-a-ser. Não quero outro nome. O estado-de-borboleta publicitário dá videoclipe e foto premiada.
- Não!
Larvinha, beleza-mas-não-hoje, retorcida no parto, bruta tão fina, no dicionário te chamam de fantasma.
Larva - nada, ou quase um voo. (Tom Zé, página 105)




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