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Mulher é algemada por pedir socorro
Heloisa Ballarini e Isis Mastromano Correia
Do Diário do Grande ABC
17/03/2008 | 07:21
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Um pedido de socorro foi interpretado como desacato à autoridade por um GCM (Guarda Civil Municipal) que trabalhava no PA (Pronto-Atendimento) Central, em Santo André, na última quarta-feira.

A representante de negócios Angela Maria Ferrer Alencar Pinto, 39 anos, foi algemada por guardas e arrastada em um dos corredores da unidade de saúde por ter questionado os funcionários sobre a demora no atendimento de um menino, que aguardava por cuidados há, pelo menos, uma hora e meia.

Angela foi ao PA acompanhando a nora que sofre de hipoglicemia. “Enquanto esperava, vi uma senhora, humilde, chorando e dizendo que estava lá desde às 17h30 e não conseguia ser atendida. Ela tremia e falava ‘meu filho vai morrer’”, conta Angela.

Ela diz que o garoto estava praticamente desmaiado, com febre, sonolento e muito abatido. A mãe havia pedido ajuda na recepção duas vezes em vão. Foi quando Angela resolveu auxiliar a família.

“Perguntei às atendentes se não tinham como passá-lo na frente. Aí o guarda apareceu e disse para que levasse o garoto para medir a temperatura”, conta Angela.

Com 38,5 graus de febre e com estado de saúde cada vez pior, Angela retornou à recepção pedindo para que o menino fosse encaminhado ao médico com urgência.

“Uma recepcionista disse: ‘Não é mais com a gente, leve a ficha para a moça que chama os médicos pelo auto-falante’”, conta Angela.

Foi o que ela fez. Entretanto, nada aconteceu e Angela mais uma vez procurou as recepcionistas. Após discutirem, Angela diz que as funcionárias passaram a ofendê-la, fazer chacota e chamaram o guarda para intervir.

“Perguntei por que estavam chamando tantos seguranças. Quando o guarda chegou, disse que se eu não ficasse quieta, iria me prender por desacato”, conta Angela.

Um GCM, segundo ela, a surpreendeu e algemou uma de suas mãos. Ela diz que outro guarda apareceu e os dois a arrastaram pelo corredor. Testemunhas registraram a cena pelo celular. “Eu dizia: ‘Pelo amor de Deus, me solta, não sou bandido´. Fiquei nervosa, passei a gritar e me joguei no chão.” De acordo com Angela, o tumulto lhe rendeu um trauma no dedo.



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