"Com grande pesar, soube que a ministra Anna Lindh morreu às 5h29 (0h29 de Brasília), devido aos ferimentos sofridos no atentado", disse Persson. "Isto parece irreal", adiantou o premiê, acrescentando que este crime "afeta também a sociedade que construímos e na qual queremos viver".

Anna Lindh, 46 anos, estava na quarta-feira sem guarda-costas na grande loja Nordiska Kompaniet, no centro de Estocolmo, quando foi atacada por um desconhecido, às 16h19 locais. Ferida em um braço, na barriga e no peito, foi imediatamente levada a um hospital da região, com ferimentos no fígado e uma hemorragia interna.

A ministra era uma fervorosa partidária do "sim" ao euro no plebiscito sobre a adoção da moeda européia, que se realizará neste domingo. Segundo várias testemunhas, o agressor de Anna Lindh, um homem de 1,80 de altura e vestido com um uniforme de camuflagem, conseguiu fugir coberto de sangue, deixando sua faca no local do crime.

Carreira - Anna Lindh, ministra de Relações Exteriores desde 1989 depois da vitória nas eleições legislativas dos social-democratas, foi citada muitas vezes como possível sucessora de Goeran Persson na chefia do Governo.

Nascida no dia 19 de junho de 1957 em Estocolmo, ela era desde 1991 membro do comitê executivo do partido social-democrata. Foi vice-prefeita de Estocolmo entre 1991 e 1994 e presidiu a comissão municipal de assuntos culturais.

O ataque contra a ministra relançou na Suécia o debate sobre a segurança das autoridades políticas, 17 anos depois do assassinato, na rua, do primeiro-ministro Olof Palme, em 1986. Dirigentes políticos e órgãos de comunicação lembraram de imediato o assassinato de Palme, que, como Lindh, estava sem guarda-costas.