Memória Titulo
A importância da família Milanesi em Mauá

Gravador ligado, Luiz Alesina relembra passagens da sua Mauá...

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
11/01/2013 | 00:00
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Gravador ligado, Luiz Alesina relembra passagens da sua Mauá. Estamos na primeira metade da década de 1950. Ennio Brancalion elege-se prefeito, em dobradinha com Élio Bernardi (o vice).

Mauá inicia vida independente sem dinheiro, e já com dívidas, pois tinha que pagar pelas obras de pavimentação do corredor João Ramalho e Capitão João. E o povo ansiava por mais obras.

É neste momento que se destacam famílias como a Milanesi.

Um busto para Brancalion
Depoimento: Luiz Alesina 

Pertencíamos ao PTB de Getúlio Vargas. Lançamos o Ennio Brancalion. Ganhou do Egmont Fink. Jogada do Elio Bernardi, que era muito inteligente. Um crânio. Grande personalidade. Foi deputado. Jogador profissional de futebol. E a gente se dava como irmão. Todo final de semana ele passava em casa, na Getulio Vargas. Me pegava para a gente andar por aí, juntos.

O Ennio Brancalion foi um prefeito super-honesto. Saiu da Prefeitura e foi trabalhar na pedreira. Até pedi, uma vez, para colocarem o busto dele, em pedra, na Prefeitura, mas ninguém deu resposta. Ele merecia.

Também o Elio Bernardi foi muito honesto.

Eleito, Brancalion foi ao Zampol (Fioravante, prefeito de Santo André),

- Preciso do Alesina junto comigo em Mauá para me ajudar a montar a Prefeitura.

Topei. E vim com os mesmos direitos de funcionário estatutário, o mesmo salário - que era pequeno. Se não me desse bem poderia voltar para Santo André, sem nenhum problema.

Montamos a Prefeitura. E começaram os problemas.

O gabinete foi instalado na Avenida Barão de Mauá, no prédio que foi da família Agnelo. A Prefeitura alugou. Em baixo ficou a parte funcional da Prefeitura, em cima o gabinete do Ennio Brancalion.

O Elio Bernardi trabalhava na serraria do Sortino, em Santo André. Ele deixava o serviço, toda tarde, e passava no gabinete para conversar sobre os primeiros planos municipais. O que deveria ser feito. Com que dinheiro. Como é que iriam ser pagas as contas.

E havia a dívida da estrada.

Tivemos muita colaboração do povo. A família Milanesi foi a que mais ajudou. Quando assumimos a estrada, tivemos que desapropriar trechos em frente à Porcelana Schmidt. Era preciso cortar aqueles barrancos. E fomos às famílias proprietárias para convencê-las a doar os terrenos. A Prefeitura não tinha dinheiro para pagar. A maioria doou. E nós fizemos vários muros de arrimo que até hoje estão lá.

Os Milanesi traziam pedra bruta, em seus caminhões, e deixavam lá, de graça. E para a canalização do córrego em frente ao jardim foi a família que doou todas as pedras. Contratamos uns pedreiros e fomos construindo aos poucos.
Rendo aqui a minha homenagem aos irmãos Herculano e Mário Milanesi. Em nome dos dois, saúdo toda a família.

AMANHÃ NA SEMANA LUIZ ALESINA 
O prefeito Ennio Brancalion quase entrega a Prefeitura.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS
Terça-feira, 11 de janeiro de 1983 - Nº 5.105
Manchete - Murilo Macedo (ministro do Trabalho) garante a semestralidade salarial
Indústria - Villares comemorou ontem seu 65º aniversário de fundação no Brasil, onde começou com a montagem e manutenção de eleadores. Grupo emprega 20 mil funcionários e tem duas unidades no Grande ABC, uma em São Bernardo, outra em São Caetano.
Especial - Vinho caseiro, um costume que resiste no Grande ABC. Reportagem: Ademir Medici.
Futebol - Um ano de fusão entre o EC São Bernardo e o Aliança Clube, fato ocorrido em 11-1-1982. Poucas mudanças aconteceram no futebol profissional da cidade depois de o Aliança ceder lugar ao Esporte. O São Bernardo de Felipe Cheidde, o Aliança de Osvaldo Ferreira. Reportagem: Edélcio Cândido.
Santo André - Abandonada a fonte da Praça Kennedy.
Polícia - Rota sufoca motim e sete morrem no Manicômio Juqueri.

EM 11 DE JANEIRO DE...
1888 - Circula o primeiro número de A Cidade de Santos.
1903 - Bernardino José de Campos, presidente (governador) do Estado, visita Santo André.
1958 - Nelson Gonçalves canta no Cine São Bernardo, no Grande Espetáculo Independência, programa transmitido pela Rádio Independência local. Do show participam também os cantores Cosme Sobral e Dury, nomes em evidência na região.

HOJE
Dia do controle da poluição por agrotóxicos.

SANTOS DO DIA
Honorata, Teosósio e Sálvio.

* Ademir Medici é jornalista e autor de livros sobre a memória do Grande ABC

FALECIMENTOS

SANTO ANDRÉ
Helena Pereira Souza, 87. Natural de Barretos (SP). Dia 5, em Santos. Cemitério da Saudade, Vila Assunção.
Luciana de Jesus Silva de Oliveira, 86. Natural de Portugal. Dia 5, em Santos. Cemitério da Saudade, Vila Assunção.
Manuel de Menezes, 85. Natural de Portugal. Dia 8. Cemitério da Saudade, Vila Assunção.
Maria de Lourdes da Silva, 81. Natural de Cravinhos. Dia 9, em São Caetano. Cemitério da Saudade, Vila Assunção.
João Batista Sebastião, 64. Natural de Santo André. Cemitério Curuçá.
Antonio Martins dos Santos, 53. Natural de Resplendor (MG). Dia 6. Cemitério Curuçá.

SÃO BERNARDO
Joseval Mauricio da Cruz, 84. Natural de Dionísio (MG). Dia 6. Cemitério dos Casa.
Sueli Francelino do Nascimento, 64. Natural de João Pessoa (PB). Ontem. Cemitério de Vila Euclides.

DIADEMA
Angelina Lopes de Faria Fernandes, 75. Natural de Águas de Lindóia (SP). Dia 8. Cemitério Municipal.
Floraci dos Santos, 60. Natural de Brejo Grande (SE). Dia 9. Cemitério Municipal.

MAUÁ
Oswaldo Maioli, 73. Natural de São Paulo (SP). Ontem. Cemitério de Vila Vitória.
Amadeus Ferreira dos Santos, 40. Natural de Santo Fé (BA). Ontem. Cemitério Santa Lídia.

SYLVIO POLISEL
(Pedreira, SP, 6-10-1922 - Mauá 9-1-2013)

Negócios trouxeram os Polisel a Mauá, em 1948. Sylvio Polisel e seus primos Antonio, Luiz, Germano e Liberal. Todos eram solteiros, exceção a Liberal. Sócios numa fábrica de parafusos na Vila Prudente, Capital, os Polisel adquiriram máquinas industriais de Décio de Assis Pedroso, filho de dona Mariquinha Pedroso, que residia em Mauá. Assim, os Polisel decidiram implementar a indústria metalúrgica Lipos na cidade, à Avenida Queirós Pedroso, 80, onde fizeram história no ramo de parafusos.

Com Sylvio Polisel vieram suas irmãs Tereza, Rosa e Isabel; com os irmãos Antonio, Luiz, Germano e Liberal veio a irmã Maria.

No início os Polisel moraram na própria fábrica, numa casinha e num reservado junto à indústria. Sylvio, que sempre gostou de fotografar, retratou a construção da Igreja Matriz, hoje uma iconografia rara e importante para a história da vida religiosa em Mauá.

Na primeira eleição municipal, que está sendo revivida na Semana Luiz Alesina, aqui em Memória, Sylvio Polisel saiu candidato a vereador e foi eleito. Cumpriu a primeira legislatura, entre 1955 e 1958.

O patriarca Sylvio Polisel partiu aos 90 anos. Foi velado no Cemitério Vale dos Pinheirais e sepultado ontem no Cemitério de Vila Vitória. Casado com dona Adelle Biazon, deixa os filhos Edson, Edna, Sérgio, Elza, Mauro, Sidnei, Irineu, Tereza, Calos e Silvio Luiz. 

Serviços Funerários: Santo André - 4433-3544; São Bernardo - 4330-4527; Diadema - 4056-1045; Mauá - 4514-7399; Ribeirão Pires - 4828-1436; Rio Grande da Serra - 4820-4353.
Para anunciar um falecimento, ligue para 4435-8000.




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