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Abrir capital exige saúde financeira
Cristiane Bomfim
Do Diário do Grande ABC
16/03/2008 | 07:17
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A facilidade ao acesso a recursos financeiros para viabilizar investimentos e a aquisição de credibilidade pelo mercado são as principais vantagens de uma empresa de capital aberto. Mas para ter valores mobiliários – que normalmente são ações – negociados publicamente nas Bolsas de valores é preciso uma série de análises sobre saúde financeira e nos objetivos futuros da empresa.

O registro de abertura de capital é fornecido pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). O órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, como o nome indica, tem como função regular e fiscalizar o mercado de valores mobiliários. “É preciso que as empresas sigam uma série de exigências da CVM e da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) e isso leva tempo, que varia de acordo com a própria organização interna da companhia”, explica o economista-chefe da corretora mobiliária Gradual, Pedro Paulo Silveira.

Em média, o prazo previsto para análise da documentação é de 40 dias. O primeiro requisito para que uma empresa entre no mercado de capitais é que ela seja constituída juridicamente como sociedade anônima, as conhecidas ‘S.A.’.

Para não perder tempo, é preciso uma análise profunda da situação financeira da empresa. “São recomendados pelo menos três anos consecutivos de crescimento de receita e lucro”, explica o proprietário da DMCInvest – que presta consultoria sobre investimentos –, Daniel de Carvalho.

Esta análise é geralmente feita por intermediários financeiros (normalmente bancos de investimento ou corretoras de valores mobiliários). São consultorias que auxiliam em todo o processo, desde sondagens sobre o mercado, levantamento de custos e valores das ações de empresas.

Daniel explica que o valor mínimo de faturamento para abertura de capital é definido pela CVM e varia de acordo com as características da empresa e seus projetos.

Custos - Uma das principais características de uma empresa de capital aberto é a transparência na prestação de contas com seus acionistas (sócios) e com o mercado em geral. Isso, no entanto, exige da empresa uma reorganização interna.

“Os custos são muitos e as empresas devem avaliar, além da organização interna, há gastos com empresas de consultoria, custos para manter as ações na Bolsa de Valores e taxas anuais da CVM. O investimento não é pequeno e precisa ser ponderado com as vantagens”, explica Silveira.

Dúvidas - Segundo o economista, a dúvida mais freqüente entre os empresários é referente ao montante que poderá ser captado com a venda de ações no mercado. Mas, como Silveira explica, as ações são partes da empresa. “O valor do papel é definido de acordo com o ativo da companhia”, afirma.

O número é dividido pela quantidade de ações lançadas na Bolsa e os ganhos obtidos com a venda vão diretamente para os cofres da empresa.




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