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Paixão: é tudo questão de química
Raquel de Medeiros
Do Diário do Grande ABC
20/06/2010 | 07:06
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Euforia, sensação de felicidade, insônia, perda de apetite, tremor nas mãos, palpitação, respiração acelerada, pensamento obsessivo, dependência emocional, saudade e intenso desejo sexual: assim são os apaixonados. E para tentar decifrar este comportamento é que a mestre em Fisiologia pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Cibele Fabichak acaba de lançar o livro Sexo, Amor, Endorfinas e Bobagens (Editora Novo Século, 256 páginas, R$ 29,90).

Segundo a ciência, todas essas características não são apenas causadas pela afeição entre duas pessoas, mas também por hormônios. "A paixão é um estado fisiológico temporário, resultado da ação de várias substâncias, além de áreas cerebrais ativadas, como o sistema límbico (das emoções) e áreas como o córtex frontal, que é responsável pelo julgamento crítico e a racionalidade em relação ao parceiro", explica Cibele Fabichak, que também foi pesquisadora da Faculdade de Medicina do ABC.

OS HORMÔNIOS
Quando começamos a nos interessar por alguém, o corpo se prepara para passar por três etapas (que podem acontecer ou não nessa ordem): a fase da atração física - incentivada pela liberação de endorfinas, dopamina, noradrenalina no cérebro, a fase do sentimento romântico - onde entram em ação a testosterona, o estrógeno e as endorfinas -, e, finalmente, a fase da ligação emocional profunda - que se intensifica com a liberação do hormônio oxitocina, que é o ‘hormônio do amor e da confiança', que ajuda na construção do vínculo entre os indivíduos.

Os três estágios ocorrem em todos que se apaixonam, independentemente da cultura, educação, religião, idade ou sexo. E, segundo a própria ciência, não necessariamente ocorrem todos com uma mesma pessoa. "Você pode ser casada (ter uma ligação profunda) e ter desejo pelo vizinho, ou então sentir atração pelo colega de trabalho", afirma.

VICIO

A paixão age no corpo como um vício. "Essa química cerebral é muito semelhante ao estado de vício da cocaína, por exemplo, em que o prazer, a euforia e a falta de julgamento crítico são ‘marcas registradas'." Por isso tomar decisões importantes como um casamento ou um filho nesta fase pode ser algo perigoso. "Não há discernimento racional adequado um do outro."

ETERNIDADE
Após a liberação dos hormônios, o corpo passa a identificar a imagem da pessoa amada como fonte de prazer. E manter essa impressão na mente pode ser a chave de uma união duradoura. Sexo, carinho, conversa interessante, segredos em comum, predisposição para modificar comportamentos e planos desafiadores são ótimas ferramentas. "Assim, o cérebro aprende que estar com o outro é ter prazer garantido e, assim, o desejo e a excitação continuam por décadas."




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