O teste indiano e a resposta paquistanesa podem reavivar a corrida armamentista entre estes dois países fronteiriços e rivais, avaliam os observadores políticos em Islamabad.

Em seu comunicado, a chancelaria paquistanesa diz que este é o ``segundo teste' com o míssil Ghauri, que foi lançado com êxito pela primeira vez em 6 de abril de 1998. O comunicado informa que o Ghauri tem um alcance de 1.500 km e que pode ser equipado com qualquer tipo de bomba, o que significa que pode levar tanto armas convencionais como nucleares.

Segundo fontes científicas paquistanesas vinculadas ao programa, o míssil lançado esta quarta-feira - o Ghauri-II - é uma versao aprimorada do primeiro projétil e tem um alcance de 2.000 km. O Agni-II indiano testado no domingo tem um alcance de 2.000 a 2.500 km.

"Esses ensaios sao parte de um programa de pesquisa e desenvolvimento de mísseis totalmente paquistaneses, fundamental em nossa política de segurança nacional", afirma o comunicado. Segundo o comunicado, o "Paquistao nao quer uma corrida armamentista nuclear e balística no sul asiático", sem citar a India diretamente. Acrescenta ainda que Islamabad apresentou ``propostas concretas' à India, para que exerça uma ``moderaçao estratégica' e se mostre favorável a uma ``estabilizaçao' dos armamentos nucleares e convencionais na regiao.

A declaraçao oficial informa que o novo teste com o Ghauri ``demonstra a determinaçao do Paquistao em se defender, reforçar sua segurança nacional e consolidar o equilíbrio estratégico que foi restabelecido em 28 de maio de 1998'. Nessa data, o Paquistao efetuou testes nucleares subterrâneos no deserto de Baluchistao (sudoeste), para responder aos realizados pela India poucos dias antes.

Os testes nucleares da India aumentaram a tensao na regiao e resultaram em sançoes econômicas internacionais, que provocaram uma grave crise econômica no Paquistao.