O Conselho de Administraçao de Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPF) aprovou na noite desta segunda-feira, em Buenos Aires, a venda de 85,01% das açoes da companhia à espanhola Repsol, que, no final do mês passado, fez uma Oferta Pública de Açoes (OPA) de US$ 13,5 bilhoes. A oferta da Repsol, de US$ 44,78 por açao, começou nos Estados Unidos e deve iniciar-se na Argentina no dia 24 deste mês. Os acionistas que desejem atender à "oferta hostil", apresentada pela Repsol no dia 30 de abril, terao prazo até o dia 23 de junho.

A Repsol divulgou na manha desta terça-feira nota na qual demonstra satisfaçao pela decisao do Conselho de Administraçao da YPF. "Acreditamos que tanto os acionistas da YPF com os da Repsol sairao beneficiados com a integraçao de ambas as companhias", diz comunicado do grupo espanhol, divulgado no seus sites na Internet. Para os espanhóis, o alto nível de complementaçao entre a YPF e a Repsol permitirá criar uma das principais companhias energéticas do mundo, com balanço mais equilibrado entre os negócios de exploraçao, producao, refino e comercializaçao de petróleo. "Esperamos trabalhar em conjunto com o excelente time gestor de YPF para criar uma companhia internacional", acrescenta o comunicado.

Os estatutos da YPF estabelecem que nenhum acionista pode deter mais de 15% das açoes, a nao ser que apresente uma oferta pelo volume total de açoes, como fez a Repsol. A maioria dos papéis da YPF está atualmente em poder de fundos de investimento que operam na Bolsa de Buenos Aires e em Wall Street, embora o governo argentino mantenha ainda 5,4% das açoe, chamadas de "açoes-ouro". Outros 7% estao ainda em poder de algumas Províncias argentinas. Mas, tanto o governo argentino como as Províncias já demonstraram interesse em vender esses papéis para a Reposol, que em janeiro deste ano chegou a adquirir 14,99% da maior companhia privada da argentina.