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Dos 106 vereadores da região, apenas três não disputarão reeleição
Por Leandro Laranjeira e Rita Donato
Do Diário do Grande ABC
11/02/2008 | 07:15
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Três dos 106 parlamentares do Grande ABC – apenas 2,8% – não disputarão a reeleição e tampouco o Executivo, em outubro. Amedeo Giusti (PV-São Bernardo), Maria Ferreira de Souza, a Loló (PT-Santo André) e Névio Carlone (PSB-São Bernardo) confirmaram o afastamento temporário da política. Eles desmentem, entretanto, que estejam motivados por suposta dificuldade em se adaptar ao “jogo político”.

A decisão de Amedeo está tomada desde dezembro de 2007. Na oportunidade, ele declarou ao Diário não considerar o cargo de vereador uma profissão. E assegurou que o peso da responsabilidade havia o “sobrecarregado”, admitindo que, mesmo depois de 12 anos atuando, “não sentirá saudades” do cargo.

Depois de certo mistério em torno do assunto, Loló está decidida. “Mandato é um serviço prestado com tempo para começar e terminar. Penso que já dei a minha contribuição para o partido e para a cidade. Tentei fazer o melhor que pude nestes dois mandatos consecutivos”, ressalta, rechaçando o fato de estar desiludida da política, especialmente após a derrota na prévia petista no final do ano passado, na qual ela apoiou a vice-prefeita Ivete Garcia.

Segundo o especialista em direito eleitoral, Alberto Rollo, pessoas que ocupam cargos públicos estão em evidência e são alvos de críticas constantes. “Existe uma tendência do Poder Judiciário de entender que todo político é desonesto ou caminha para a desonestidade. Isso explica porque muitos querem deixar o posto.”

Na avaliação do advogado, a condição moral muitas vezes impede que os parlamentares “se submetam ao jogo, ainda que a intenção não seja de má fé”. “Tem muita gente que não suporta fazer qualquer tipo de convenção, seja qual for a espécie, mesmo que os acordos sejam honestos”, pondera.

Para ele, quem não aceita ser cúmplice de determinadas fórmulas tende a se desmotivar da vida política com o tempo e a tendência é abandonar o campo. “Quando os políticos não demonstram mais entusiasmo é hora de parar. Eles simplesmente dão um basta na carreira e vão cuidar da vida.”

Futuro - O chefe do Legislativo são-bernardense deve esperar mais dois anos para encarar as urnas novamente. Indeciso sobre o futuro, ele admite a vontade de pleitear vaga na Assembléia Legislativa ou na Câmara Federal. Indagado acerca da possibilidade de reavaliar a posição atual, é taxativo: “Encerro meu mandato como presidente”.

A petista Loló garante que continuará atuando nos bastidores políticos. “Estarei envolvida na campanha, ajudando as candidaturas.” Mas, ao contrário do que foi ventilado, a parlamentar não lançará nenhum familiar para substituí-la na Câmara. “Apoiarei um rapaz que trabalha no mandato e reúne condições de dar continuidade ao trabalho que vínhamos fazendo. Temos de dar oportunidade aos jovens”, justifica. Ela não descarta, porém, em um futuro próximo, voltar a disputar cargo eletivo. “Na vida, a palavra nunca é muito pesada.”

Sem dar explicações, Névio também confirmou estar fora da disputa pela reeleição. Mas o socialista manteve mistérios sobre os planos futuros, embora especulações apontem para o fato de que ele se dedicará integralmente à administração de seus negócios na região.




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