A presidente Dilma Rousseff (PT) aumentou em 12% nos últimos 12 meses o volume de repasses federais ao Grande ABC em 2014, ano em que tentou – com êxito – a reeleição ao cargo máximo do País. O acréscimo em ano eleitoral contrasta com o freio de mão puxado pela petista em 2013, quando, na comparação com 2012, houve corte de 28% no total de investimentos da União na região.

Segundo dados do Portal da Transparência federal, Dilma autorizou o depósito de R$ 1,33 bilhão às contas de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Em 2013, o montante chegou a R$ 1,18 bilhão – a diferença é de R$ 143,3 milhões.

Na lista por municípios, São Bernardo, governada pelo petista Luiz Marinho, é quem arrebata a maior fatia: foram R$ 524,6 milhões em aporte federal, aumento de 27,67% em relação a 2013. Marinho foi coordenador da campanha de Dilma no Estado e ameaçou os colegas de Executivo regional de criação de empecilhos nas transferências regionais caso não houvesse apoio ao projeto de reeleição de Dilma.

Diadema, de Lauro Michels (PV), foi a única cidade da região a ver retração nos investimentos federais. A quantia caiu de R$ 184 milhões em 2013 para R$ 179,8 em 2014 – recuo de 2,3% (confira quadro completo abaixo). Lauro foi o único prefeito do Grande ABC apoiar a candidatura de Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República.

Em outubro, a presidente, embora tenha vencido a eleição presidencial, saiu derrotada no Grande ABC. Aécio foi o mais lembrado nas urnas no segundo turno na região, com 889.039 votos, contra 642.327 da petista – somente Diadema e Rio Grande da Serra lhe conferiram triunfos. Em conta hipotética, cada voto de Dilma demandou R$ 2.073,28 em investimentos às sete cidades. Em São Caetano, por exemplo, cada um dos 22.081 sufrágios custou R$ 4.508,49 de recursos federais.

No ranking de repasses per capta, São Caetano é o município com maior quantia destinada pela União. Cada morador viu o governo federal transferir R$ 666,96 em 2014. Em São Bernardo, cada munícipe representou R$ 646,48 em aporte de Brasília. Na sequência estão Rio Grande da Serra (R$ 626,01), Ribeirão Pires (R$ 607,63), Diadema (R$ 442,10), Mauá (R$ 437,23) e Santo André (R$ 332,46). Regionalmente, cada morador gerou aporte de R$ 496,73.