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Quilo do orégano no varejo custa R$ 195
Por Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
11/04/2010 | 07:24
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Celso Luiz/DGABC


Muitas pessoas não se atentam ao valor exorbitante cobrado por produtos fracionados em pequenas quantidades nos supermercados. Entre as especiarias, o preço do quilo do orégano dispara em relação aos outros itens ao custar R$ 195, considerando que o consumidor desembolsa R$ 1,95 pela embalagem com 10 gramas.

A reportagem do Diário foi às compras para verificar o valor cobrado pelas pequenas embalagens de colorau, queijo parmesão ralado e alho. Na seção de temperos, o pacote com 60 gramas de pimenta do reino moída não é tão barato quanto parece. Tendo como referência os R$ 3,79 pagos pelo envelope, o quilo do produto é vendido por R$ 63,10.

"O interessante é comprar estes produtos em volume maior, onde seja possível pesá-los na hora", sinaliza o professor de economia da Escola de Negócios da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) Radamés Barone. Para ele, a feira é vantajosa, pois o quilo dos hortifrutis e condimentos têm preços até 40% mais baixos que o dos supermercados.

Por mais que a maior fatia dos consumidores não compre um quilo de orégano, com o valor cobrado por esta quantia é possível adquirir uma impressora a jato de tinta colorida. Aliás, os cartuchos de tinta também são itens que integram a listas dos produtos comercializados em pequenas quantidades, mas que têm preço alto.

Outro exemplo nesta cesta de compras é o cominho, também comercializado nas lojas em quantias de 60 gramas. O pacote sai em média por R$ 3,49, custando proporcionalmente R$ 58,10 o quilograma do alimento. Com este valor é possível pagar duas entradas para o cinema e pipoca grande.

Ainda entre os condimentos, o colorau tem preço elevado, porém não tão salgado como os produtos anteriores. Pelo pó extraído do urucu e do pimentão vendido nos supermercados é preciso desembolsar R$ 1,99 por 80 gramas. Fazendo os cálculos, o consumidor paga pelo quilo R$ 24,80.

Fermento - Ingredientes utilizados na preparação de pães e bolos como coco ralado, fermento em pó ou fermento biológico também são alguns alimentos comercializados em pequenas frações nos estabelecimentos. A versão biológica do produto é mais cara, já que o quilograma custa R$ 100,60; enquanto que pelo fermento tradicional é cobrado R$ 22,90.

Já o coco ralado em pacote de 100 gramas nos pontos de venda do Grande ABC sai em média R$ 1,99, enquanto o quilo custa R$ 19,90. O consumidor disposto a economizar e a ter um pouco mais de trabalho, tem como opção adquirir a fruta, vendida por R$ 4,95 em quantidade proporcional.

Na opinião do economista da USCS, deveria constar nos supermercados o quanto custa o quilo do produto, referindo-se aos temperos e ervas. "Por estes itens serem de baixo valor agregado, as pessoas não se importam em pagar estes valores, até porque a quantidade adquirida é pequena." Ele acrescenta a necessidade de mais balanças nas lojas, para verificar o peso correto dos alimentos.

Por fim, o valor da compra destes produtos de maneira fracionada pela reportagem custou R$ 24,83. Entretanto, se for considerado o preço total em quilo, o desembolso atingiria a casa dos R$ 604,70. Com esta quantia seria possível comprar um fogão de cor branca com seis bocas.

Diferença entre preço no mercado e na feira chega a 160%
A disparidade no preço do quilograma do orégano entre o supermercado e a feira livre chega a 160%. Enquanto nas lojas o preço é de R$ 195, o produto vendido a granel na feira da Rua Kowarick, Vila Bastos, em Santo André, sai a R$ 75.

Na barraca de temperos e ervas da feirante Laíde Mendonça dos Santos, 64, o movimento na manhã de ontem era grande. Entretanto, quando questionados, poucos consumidores haviam se atentado à esta questão.

A dona de casa Maria Rita Nunes, 68, ficou assustada quando soube da diferença. "Não acredito que o quilo custa tudo isso na loja", disparou. Ela disse que faz compras nos dois lugares, mas dará preferência à feira livre devido o preço e frescor dos produtos.

Laíde tem uma colher como referência de medida para vender os temperos. "Três colheradas enchem o saquinho." No caso do orégano, a embalagem pesa 20 gramas. A comerciante abastece o estoque em lojas especializadas no centro de São Paulo.

A analista química Roseli Oliveira, 42, também prefere comprar na loja pela comodidade. "Pensando bem, é vantajoso comprar na feira, pois a quantidade é maior e o preço mais baixo", ponderou ela, que comprava pimenta.




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