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Clubes de São Paulo se veem obrigados a mudar de foco
14/10/2014 | 07:00
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Derrotas na rodada do fim de semana diminuíram as chances de São Paulo, Corinthians e Santos brigarem pelo título do Campeonato Brasileiro e colocaram em risco a disputa por uma vaga na Copa Libertadores. Diante desse cenário difícil e complicado, os três devem recorrer às Copas do Brasil e Sul-Americana como salvação da temporada.

A 10 pontos do líder Cruzeiro (56 a 46) e com 10 rodadas restantes, o Corinthians já admite deixar de lado o Brasileirão e agarrar a Copa do Brasil como a última chance de título. Nesta quarta-feira, diante do Atlético Mineiro, pode carimbar a sua passagem à semifinal - venceu o jogo de ida por 2 a 0, no estádio Itaquerão, em São Paulo.

Disputar a Libertadores é uma prioridade no clube e o caminho para chegar até ela pelo Brasileirão é arriscado. A equipe tem perdido pontos para adversários da parte de baixo da tabela de classificação e tem uma forte concorrência por uma vaga no G4 com Internacional, São Paulo, Atlético Mineiro e Grêmio. "A Copa do Brasil é teoricamente mais fácil de conquistar. Podemos chegar até a semifinal e já largamos na frente do Atlético", disse o goleiro Cássio.

Levar a Copa do Brasil como prioridade é ainda fundamental para o técnico Mano Menezes se garantir no cargo. Com as eleições presidenciais do clube marcadas para fevereiro, a manutenção do comandante em 2015 está sob suspense, mas a continuidade pode ganhar um argumento importantíssimo com a conquista da taça, a mesma que o treinador levantou pelo clube em 2009.

O São Paulo chegou ao fim de semana com o sonho do heptacampeonato vivo graças às vitórias sobre Grêmio e Atlético Paranaense, mas o tropeço diante do Atlético Mineiro mais uma vez expôs as dificuldades de o time enfrentar o líder em igualdade de condições. Tivesse vencido, a distância cairia para quatro pontos, mas o revés não só manteve a distância em sete como permitiu que o Internacional roubasse a vice-liderança, com 50 pontos, um a mais do que o time tricolor.

Ainda assim, o clube reluta em abraçar a Copa Sul-Americana e deixar o Brasileirão como "bônus" da temporada - o time está nas oitavas de final e venceu o jogo de ida contra o Huachipato, do Chile, por 1 a 0.

O técnico Muricy Ramalho mais de uma vez demonstrou o descontentamento por ter de disputar a competição continental e só não poupará jogadores porque o elenco está esfacelado por causa de lesões e convocações para seleções. "Essa viagem (ao Chile) vai nos arrebentar, será dificílima", lamentou o treinador, que aposta nos retornos de Paulo Henrique Ganso e Alvaro Pereira para apresentar um volume de jogo maior.

As reclamações ganham eco em parte da diretoria. O presidente Carlos Miguel Aidar é um feroz crítico do formato da Sul-Americana e já chamou a competição de desinteressante e mal organizada. Já o vice de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, defende que um título internacional valoriza o clube, ainda que a disputa não tenha o mesmo peso da Libertadores. Foi Ataíde quem conversou com Muricy Ramalho e fez o treinador mudar de ideia e escalar força máxima no jogo contra o Criciúma, na fase nacional. O técnico, até então, queria mandar a campo o time misto mesmo tendo perdido o duelo de ida por 2 a 1.

Outro ponto que torna a Sul-Americana atraente para Ataíde é que, caso chegue à decisão, o time tricolor fará o último jogo em casa e Rogério Ceni teria, assim, a chance de se despedir do futebol com um título - e no Morumbi lotado. Caso contrário, o goleiro se aposentará contra o Sport, possivelmente na Arena Pernambuco, no Recife.

No Santos, o técnico Enderson Moreira disse na semana passada que ainda não é hora de priorizar uma das competições que o time disputa, mas é clara a sua opção pela Copa do Brasil. A escolha da competição como tábua de salvação da temporada é mais do que justificável. Depois do jogo de volta contra o Botafogo (ganhou o jogo de ida, no Maracanã, por 3 a 2 e avançará mesmo se perder por 1 a 0 ou 2 a 1), restarão quatro jogos e Robinho, que coloca o time em um patamar superior, estará presente, bem como Aranha, Mena e outros titulares experientes.

O caminho para o G4 no Brasileirão é bem mais difícil para o Santos porque o Cruzeiro já é o dono de uma das vagas na Libertadores e as três restantes são disputadas arduamente por Internacional, São Paulo, Atlético Mineiro, Grêmio e Corinthians, que, por enquanto, revezam-se entre os primeiros colocados.




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