Quando o primeiro Rock in Rio foi realizado, em 1985, Jéssica Aline Albuquerque da Silva, 20 anos, não tinha nem nascido. Moradora da comunidade de Heliópolis, em São Paulo, a menina jamais imaginou que teria a oportunidade de ir a um evento tão gigantesco como este e muito menos fazer parte de uma das atrações.

Mas o impossível tornou-se possível no dia 24, quando ela e mais 24 jovens da Sinfônica Heliópolis (entre violinistas, violistas, violoncelistas e contrabaixistas) tocaram com Mike Patton, vocalista da banda norte-americana Faith no More no palco Sunset do festival. "Foi inacreditável, maravilhoso. Muito legal a chance de viver esse momento. O calor humano foi impressionante", conta Jéssica, que é contrabaixista e não conhecia o trabalho do cantor. "Agora já baixei músicas da banda e estou adorando."

O grupo chegou ao Rio no dia anterior ao da apresentação e participou de dois ensaios com Mike Patton. "Ele foi muito simpático. O que eu achava que seria bem cansativo foi tranquilo. Rolou sintonia entre a gente. Deu para curtir bastante. Tocamos quase 20 músicas."

Após a apresentação, o grupo pôde pedir autógrafos e acompanhar os shows da noite, como Capital Inicial e Red Hot Chili Peppers. "Encontrei a contrabaixista Esperanza Spalding de quem sou muito fã e também falei com os meninos do NX Zero. Estar nos bastidores é muito legal. Jamais vou esquecer tudo o que vivi por lá", diz.

Passada a emoção do Rock in Rio, Jéssica voltou a se concentrar nos estudos e ensaios com a Sinfônica. Ela está cursando a faculdade de Música, na Unifesp. "É o que quero fazer para o resto da vida. Adoro tocar e quero sempre estar em orquestras."