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Dirigente admite interferência e mira a Série A-2
Por Thiago Bassan
Do Diário do Grande ABC
15/09/2014 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


O presidente do São Caetano, Nairo Ferreira de Souza, revelou em entrevista coletiva concedida na sexta-feira, que o patrocinador do clube, a Universo Tintas, foi responsável pelas contratações dos reforços badalados da temporada passada. Em 2013, o clube trouxe o goleiro Fábio Costa, o meia Rivaldo e o atacante Jóbson. “Foi um desejo deles. Por mim, eu não contrataria”, admitiu o presidente do Azulão.

Nairo negou, em partes, o atraso salarial dos atletas e culpou alguns jogadores sem comprometimento pelas más campanhas nos últimos anos. Além disso, ainda destacou que o foco do clube são-caetanense é voltar para a elite do futebol paulista em 2015.

Como você analisa o momento atual do São Caetano?

Passamos por momento delicado no ano passado com dois rebaixamentos. Nosso objetivo hoje é voltar à elite do futebol paulista. O clube passa por reestruturação e mudou a cara nos últimos jogos. Sempre é ruim cair (está na zona da degola na Série C), esperamos que isso não aconteça. Mas o foco é mesmo a Série A-2 do ano que vem.

Recentemente, o clube foi acusado por jogadores de estar atrasando salários. Isso ainda existe?

Não. A CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) está em dia. O que falta é o pagamento de um direito de imagem. Pago todo dia 25 de cada mês. Antigamente, eu pagava a CLT e o direito de imagem todo dia 5, mas como o orçamento mudou, agora pagamos no dia 25. (Nota da Redação: Fontes ligadas ao clube disseram que o São Caetano ainda deve salários para alguns atletas e funcionários).

Muito se fala até hoje sobre as contratações do ano passado. Por que jogadores consagrados não deram certo?

Foi um erro trazer jogadores como Fábio Costa, Rivaldo e Jóbson. Se dependesse de mim, não contrataria. Ao contrário do que muitas pessoas dizem, o São Caetano não pagava o salário do Rivaldo. Era a Universo (Tintas, patrocinadora do clube). Eles queriam o Rivaldo aqui, era um sonho ver um jogador do nível dele com a camisa estampando o nome da empresa. São coisas do patrocinador, eles devem ter vendido muita tinta. Foi a única vez, desde que cheguei ao clube, que um patrocinador interferiu em negociação. Aqui, nós sempre contratamos com o aval do treinador. Mas até mesmo os técnicos da época aprovaram esses nomes, e achavam que eles poderiam ajudar a equipe.

Qual tem sido o maior problema do São Caetano nos últimos anos?

Descomprometimento. Saíram três jogadores do time que quase subiu em 2012 e a mesma equipe foi rebaixada no ano seguinte. Os salários estavam em dia. Desse grupo que está aqui atualmente, alguns jogadores estão com salário em dia. Outros deixei atrasar, fiz isso mesmo. Ao invés de pagar no dia 25, paguei no 18 de outro mês. Mas isso só para os atletas que não queriam fazer acordo. Quem fez, saiu. E segue a vida. Jogador tem que querer vencer na vida. O São Caetano sempre foi assim em toda sua história.

Falta ajuda do poder público?

Para todos os times da região. Precisamos de ajuda, mas não com dinheiro. E sim com o estádio. Tenho que pagar iluminação, diversos laudos. Isso é cargo da Prefeitura. Mas como uso o estádio, acabo arcando com todos esses gastos. 

Na semana passada, o Diário publicou reportagem em que mostramos o número de contratações do clube desde 2011. O São Caetano trouxe 116 jogadores. O que você acha disso?

Realmente são muitas contratações. Precisamos renovar o elenco em algumas oportunidades. Faz parte. Mas também costumamos atender aos pedidos dos técnicos que passaram por aqui. Sempre funcionou assim.




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