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Aliados de Donisete e G-9 evidenciam tensão em Mauá

Vereadores da base governista querem tranquilidade para o Paço na eleição do comando da Câmara

Por Gustavo Pinchiaro
26/02/2014 | 07:00
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Arquivo/DGABC


 A tensão entre as bancadas governista e independente na Câmara de Mauá ficou ainda mais evidente durante a sessão de ontem. A recém-inaugurada prática dos 13 apoiadores do prefeito Donisete Braga (PT) de isolar o G-9 resultou em amplo debate sobre as mazelas da Saúde pública na cidade e até manobra para atrasar pautas dos vereadores independentes.

Essa foi a segunda sessão em que os governistas adotaram a mesma postura do G-9, de se reunir em particular para discutir os projetos na ordem do dia. O pano de fundo da movimentação envolve duas situações. A primeira, a eleição para a presidência da Câmara no biênio 2015 a 2016, posto visto como estratégico, já que Hélcio Silva (PT), eleito vice-prefeito, renunciou ao cargo para assumir mandato de deputado federal. A segunda, a ampliação da base para, pelo menos, dois terços, o que garantirá a aprovação de projetos de lei sem precisar negociar com o bloco independente.

Líder do G-9, Chiquinho do Zaíra (PTdoB) classificou a postura como tentativa de cobrar posicionamento, mas avisou que o bloco não vai ser desmontado. “Eles estão cobrando uma postura, estão querendo afogar. Acho legal, o debate fica mais gostoso. O G-9 não desarticula nunca. E digo mais, o G-9 vai crescer em todos os aspectos.”

A sustentação também mandou aviso aos independentes. Um simples projeto de lei proposto por Chiquinho para denominar o nome de uma viela no Jardim Lusitano foi adiado por seis sessões. Até então, o governo não estava criando barreira para aprovar propostas do G-9.

A discussão sobre a crise no sistema de transporte público de Mauá deu lugar para o retorno sobre constantes reclamações no atendimento do Hospital Nardini. Ricardinho da Enfermagem (PTB) afirmou que não há neurocirurgião no equipamento. “É meu dever reclamar, não vou me calar. Quem sabe aparece um neurocirurgião no Nardini amanhã, por que não?”, declarou o petebista.

“Cada um milita em uma área e aí os assuntos acabam aparecendo. Tivemos um debate de três horas sobre Saúde e faltou os vereadores lembrarem dos acertos do governo. Tem muita coisa sendo feita e implantada. Não pode só reclamar”, rebateu o líder do governo, Marcelo Oliveira (PT). Sobre a investida para cooptar novos aliados, o petista manteve o discurso de que está tudo bem. “Por enquanto não tivemos nenhum problema para aprovar os projetos do Executivo aqui na Câmara. Ninguém se declarou oposição.”

Donisete, no entanto, enfrenta barreiras para encaminhar as propostas da Luos (Lei de Uso e Ocupação do Solo) e código de obras. O G-9 aguarda o terceiro encontro público para discutir os projetos, marcado para amanhã, às 10h, para se posicionar oficialmente sobre a pauta. A Casa convidou arquitetos, engenheiros e corretores de imóveis para completar o debate.




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