Troca de terrenos entre Prefeitura de Santo André e Estado deve ser o primeiro passo para solucionar o problema das moradias irregulares na Chácara Baronesa, área de 340 mil m² em condições de APA (Área de Proteção Ambiental), no Jardim Oriental, na divisa com São Bernardo.

O prefeito Carlos Grana (PT) se reuniu ontem com o secretário estadual de Habitação, Silvio Torres, e sugeriu o repasse ao Estado de terreno municipal de 31 mil m², localizado ao lado do parque, que está recebendo cercamento. Para o chefe do Executivo, essa seria forma de evitar outras invasões. “Não pode ser construído nada lá (por ser protegida por lei ambiental). Então, é uma área com risco de ocupação. É mais fácil cercar para evitar a entrada de moradores para que nosso problema não se torne ainda maior.”

Segundo Grana, o próximo e segundo passo seria o cadastramento dos moradores para saber de que forma o local pode ser desocupado. Estima-se que cerca de 700 famílias vivam no espaço. “Houve ampliação da ocupação nos últimos anos. No cadastro original constavam 332 famílias. Hoje, não sabemos exatamente qual o número de imóveis lá. Então, a preocupação, a princípio, é estancar as ocupações”, explicou o prefeito.

Município e Estado prometem manter diálogo para troca de posse de outras áreas passíveis de uso para construção de moradias populares que atendam à demanda da Chácara Baronesa. “Para buscarmos solução de moradia para remoção de famílias é necessário ter terreno. Vamos analisar de quem é a propriedade de algumas áreas para ver se é possível serem doadas à Prefeitura. Isso pode ajudar, inclusive, na realocação das famílias que serão retiradas do entorno da Avenida Lauro Gomes por conta da vinda da Linha 18-Bronze do Metrô”, disse Grana.

Torres prevê que a resolução do problema habitacional na Chácara Baronesa não deve acontecer rapidamente. “A solução é remoção de parte das famílias provisoriamente para que seja possível aproveitar parte do terreno. Vamos buscar opção que contemple os que estão lá há bastante tempo com a possibilidade de regularização fundiária. Essa é uma questão a ser resolvida de médio a longo prazo.”