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Candidato fingidor

Como não disse o grande poeta Fernando Pessoa, "candidato é um fingidor". A campanha de Serra representou ao tribunal eleitoral

Carlos Brickmann
05/05/2010 | 00:00
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Como não disse o grande poeta Fernando Pessoa, "candidato é um fingidor". A campanha de Serra representou ao tribunal eleitoral contra o presidente Lula e sua candidata Dilma Rousseff, por uso do 1º de Maio (paga por empresas estatais) como evento eleitoral. Mas Serra participou de um evento evangélico em Santa Catarina pago com dinheiro oficial. E, em 2005, a mesma Força Sindical que hoje está com Lula desde criancinha fez seu 1º de Maio para o candidato tucano Geraldo Alckmin, que apareceu ao lado do hoje lulista Paulinho da Força.
O PT finge democracia ao realizar prévias para a escolha de seu candidato a governador em Minas. Mas até o pão de queijo de ontem sabe que o PT vai apoiar Hélio Costa, candidato do PMDB. O vencedor das prévias para governador será, e olhe lá, candidato ao Senado. Quase o que ocorreu em São Paulo com o PSDB: os tucanos fingiram indicar Aloysio Nunes Ferreira Filho para o Senado, mas os votos vão mesmo para Quércia, do PMDB, e Romeu Tuma, do PTB. Tuma, fiel ao partido, finge apoiar Quércia. Mas tem mesmo é de ficar com Dilma, já que tem dois filhos bem colocados no governo petista.
Dona Mariza Letícia fingiu apoio pessoal a Dilma, na ExpoZebu de Uberaba. Mas viajou de avião oficial, com carro oficial, tudo pago com nosso dinheiro.
As centrais sindicais fingem representar os trabalhadores. Mas quem recebeu do governo R$ 146 milhões em dois anos não se coloca jamais contra o governo, mesmo que seja para defender os trabalhadores. Quem paga, manda.

COMPLEMENTANDO
Como não disse o senador norte-americano Hiram Johnson, em campanha eleitoral a primeira vítima é a verdade.

DOS OUTROS
Coluna de Cláudio Humberto (www.claudiohumberto.com.br), dia 4: "O Senado Federal utiliza recursos públicos para pagar tratamentos médicos e odontológicos de 146 ex-senadores e todos os seus dependentes, e sem limite. Só em 2009 foram gastos R$ 493,2 mil com consultas e exames das ex-excelências. Nos últimos cinco anos os gastos ultrapassam os R$ 6,5 milhões. Criada em 1987, a mamata para os ex-senadores foi transformada em ‘benefício vitalício' desde 2003." E isso, ao contrário das informações de campanha, é verdade.

PÚBLICA, MAS NEM TANTO
O economista João Sayad, até há dias secretário da Cultura do governo paulista, acaba de ser eleito presidente da Fundação Padre Anchieta, que controla a TV Cultura. Nada contra Sayad, mas fica claro, mais uma vez, que essa história de TV pública foi um sonho que não se realizou. O governo paulista, que paga a maior parte da conta, manda imperialmente na Cultura - como, aliás, o governo federal, que também paga a conta, manda imperialmente na TV Brasil. Sayad foi escolhido em comum acordo pelo ex-governador José Serra e pelo atual governador Alberto Goldman, e aceito pelo candidato tucano Geraldo Alckmin.

HISTÓRIA SEM FIM
Há muitos e muitos anos, quando o governo estadual permitia que a TV Cultura atuasse com alguma liberdade, vários programas da emissora foram premiados e alcançaram bons índices de audiência. Roda-Viva, por exemplo, antes da era dos governos tucanos, chegou a repercutir fortemente. Hoje, Cultura e TV Brasil convivem com índices extremamente baixos de audiência e de repercussão. Em audiência, não conseguem superar nem mesmo a Rede TV!

FICHA COMO?
Não se alegre. Ficha limpa não será para essas eleições. E, daqui até as próximas eleições, há tempo suficiente para deixar a coisa mais palatável para suas excelências. A lei é daquelas que só vão vigorar se não fizerem mal a ninguém.




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