Integrantes do Comdephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André) protocolaram ontem solicitação de cópia de documentos referentes às obras de revitalização do Cine Teatro Carlos Gomes, localizado na região central da cidade. A ideia é reconstruir o passo a passo das intervenções no prédio, que é tombado desde 1992 e neste ano completa 100 anos de existência.

A decisão foi tomada em reunião extraordinária do conselho, realizada a portas fechadas no Museu de Santo André. Segundo um dos conselheiros, presente ao encontro, o objetivo é que o Comdephaapasa tome ciência do que a Prefeitura tem feito no local desde dezembro a fim de, no prazo de dez dias, apresentar os detalhes ao promotor de meio ambiente Fábio Rossi. "Até agora, muitas informações ficaram para trás. A Prefeitura realizou procedimentos e não informou ao conselho, e o conselho, por sua vez, fez pedidos que não tiveram resposta. Por isso gerou-se esse mal estar entre as partes", disse o conselheiro.

Participantes do movimento SOS Carlos Gomes tentaram entrar na reunião, mas não obtiveram autorização. Conforme o conselheiro, isso aconteceu por tratar-se de encontro de deliberações, e não de discussão de pauta.

Enquanto isso, as obras permanecem paralisadas por 30 dias, conforme acordo feito com a promotoria. O Diário esteve ontem no local e avistou dois funcionários, mas eles não estavam trabalhando. A administração municipal, por sua vez, informou que a obra está paralisada desde sexta-feira, e que os funcionários vistos no cine teatro na ocasião faziam a retirada de equipamentos. A Prefeitura informou ainda que será mantido pessoal para guardar a obra até a retomada.

ATO ARTÍSTICO

O Grupo SOS Carlos Gomes se reúne hoje, às 19h, na Câmara, a fim de planejar os detalhes do ato artístico que será realizado no entorno do cine teatro. Data e horário da ação também devem ser definidos hoje.

Mauá recebe Congresso de História em 2013

O GT (Grupo de Trabalho) Cultura do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC definiu Mauá como a cidade que, no ano que vem, sediará o 12º Congresso de História da região, entre os dias 12 e 14 de setembro. O encontro, que ocorre a cada dois anos desde 1990, tem como objetivo dialogar com a sociedade sobre questões históricas do Grande ABC, bem como sua memória e patrimônios. O último congresso foi realizado no ano passado, em Diadema, com o apoio do Diário.

Após o primeiro ciclo, no qual o evento foi organizado nas sete cidades (Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, nessa ordem), o congresso voltou a percorrer o mesmo circuito, tendo voltado aos municípios na mesma ordem. Portanto, os próximos deverão ser sediados por Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra para completar o segundo ciclo.

Curiosamente, o encontro ajudou a preservar prédios públicos que o sediaram, como por exemplo o Primeiro Grupo Escolar de Santo André (onde hoje funciona o Museu de Santo André), inaugurado justamente com o primeiro congresso; o antigo Educandário e posteriormente Centro Cultural de Mauá, que sediou o 5º congresso em Mauá (dali também saiu o compromisso da construção do Teatro Municipal de Mauá); e a Escola Municipal de Ensino Santa Terezinha, em São Bernardo, local do 9º encontro e onde hoje funciona o Serviço de Memória e Acervo municipal.