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As pragas segundo a ciência
Por Cássio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
20/04/2007 | 07:04
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Vai aqui um aviso para quem espera de A Colheita do Mal um suspense típico, uma outra versão cinematográfica para o armagedon. Não é. O argumento do filme é menos a tentativa de um enredo apocalíptico do que um caminho para o diretor Stephen Hopkins colocar em perspectiva crítica certa paranóia religiosa.

Porque depois do sucesso de A Paixão de Cristo, O Código Da Vinci e As Crônicas de Nárnia, há uma tendência em reaproveitar o cinema de espetáculo como um canal da fé, seja pela via blasfema ou pela via fundamentalista.

Hilary Swank, ganhadora de dois Oscar (por Meninos não Choram e Menina de Ouro) vive uma especialista em provar que milagres não existem. Recebe a notícia de que uma cidadezinha do interior acredita ser o palco moderno de pragas narradas no Velho Testamento, como um rio que assume a cor do sangue. Parte para lá incumbida de provar que há uma explicação científica para tudo.

Hopkins arrisca um filme sustentado pelo mundano numa época em que o inconsciente coletivo (o do espectador de cinema e de cultos fundamentalistas, pelo menos) volta-se para o sobrenatural e admite a fantasia como causa. Até frustra como suspense médio, mas não como tentativa de leitura lúcida de uma arte pautada pelo impossível.

A COLHEITA DO MAL (The Reaping, EUA, 2007). Dir.: Stephen Hopkins. Com Hilary Swank, David Morrisey, Stephen Rea. Estréia nesta sexta-feira no ABC Plaza 5, Shopping ABC 1, Extra Anchieta 3, Metrópole 3, Mauá Plaza 5, Central Plaza 1 e circuito. Duração: 96 minutos. Classificação indicativa: 12 anos.



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