Economia Titulo Emprego
Fábricas da região perdem
5.150 vagas neste ano

Em maio, foram 32 cortes; resultado mostra recuperação;
expectativa favorável se deve à redução do IPI dos carros

Leone Farias
15/06/2012 | 06:47
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As empresas associadas ao Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) no Grande ABC contabilizaram o fechamento de 5.150 postos de trabalho nos cinco primeiros meses de 2012. Em 12 meses, o número de vagas eliminadas foi ainda maior: 9.100.

Indicador da forte retração no nível do emprego industrial na região no ano, o levantamento mostrou, por outro lado, sinais de melhora, com a desaceleração nas demissões. Em maio, houve praticamente estabilidade e há agora perspectiva de retomada nas contratações nos próximos meses, segundo análise de dirigentes da entidade na região.

A expectativa favorável se deve à redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os carros - houve isenção do tributo, por exemplo, para os modelos 1.0 - e também à diminuição do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), medidas que entraram em vigor no dia 21.

Para o diretor do Ciesp de São Bernardo, Hitoshi Yodo, o impacto ainda não apareceu no mês do levantamento, já que as montadoras estavam com estoques altos. "Já refletiu nas vendas, mas deve levar mais um ou dois meses para ser sentido na produção."

ESTABILIDADE - Yodo assinala, no entanto, que a estabilidade já é positiva. Em maio, houve a redução de 0,02% nas vagas, o que significou o fechamento de apenas 32 postos, depois do corte de 800 vagas em abril (variação negativa de 0,32%).

No início do ano, a forte entrada de produtos importados no País e a pisada no freio das vendas a prazo, sobretudo de veículos, foram fatores considerados importantes para as indústrias reduzirem a produção. Consequentemente, houve a necessidade de ajustes no quadro de funcionários, por exemplo, em empresas de autopeças.

AVANÇO - Em todo o Estado de São Paulo, o emprego na indústria de transformação cresceu 0,80% ante abril, maior alta para o mês desde 2007, de acordo com dados da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Nesse caso, a elevação foi puxada pelos segmentos de produtos alimentícios e de açúcar e álcool.

Apesar do resultado, o diretor do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) da Fiesp, Paulo Francini, disse que o resultado no ano ficará aquém do verificado em 2011. Porém, ele projeta que haverá retomada da atividade econômica no segundo semestre que pode dar condições para crescimento mais robusto no ano que vem. "O desempenho de 2012 já está perdido, ficará entre 2% e 2,5%. Não teremos um segundo semestre que salve o ano, mas ele pode prenunciar um bom desempenho em 2013", disse.

 

 




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