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Bicheiro tinha R$ 2,6 mi em cheques
13/05/2007 | 07:10
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Em meio às buscas e apreensões da Operação Hurricane (Furacão, em inglês), o delegado federal Alfredo de Souza Lima Carrijo fez uma estranha descoberta. No cofre do escritório que o bicheiro Antônio Petrus Kalil, o Turcão, mantém em sua mansão em Camboinhas, região oceânica de Niterói (RJ), estavam 188 cheques. Assinados por 68 pessoas físicas e 15 jurídicas, totalizavam R$ 2,598 milhões.

O mistério aumentou com a constatação de que os quatro cheques mais valiosos – somando R$ 1,5 milhão – são das empresas Jardim da Saudade Participações e Horus Empreendimentos, pertencentes ao casal Marisa e Nacle Gebran Bezerra, donos de um conglomerado cuja atividade principal é administrar cemitérios-parques no Rio e em Porto Velho (RO).

Entre os cheques de pessoas físicas estão cinco de agências bancárias de Pouso Alegre (MG), que totalizam R$ 100 mil, o segundo maior valor. Foram assinados pelo ex-deputado federal do PMDB de Minas Milton Reis, hoje assessor do governador daquele Estado, Aécio Neves.

Segundo Reis, eles foram dados como garantia por um empréstimo no mesmo valor, feito nos anos de 1994 e 1998, para o custeio de campanhas políticas. Diz já ter pago, por meio de depósitos bancários, R$ 60 mil. “Ele ficou de me devolver os cheques, mas não o fez.” O político garante ter declarado na prestação de contas das campanhas o empréstimo: “Só não disse de quem foi”.

Para o diretor-geral do Departamento de Polícia Federal (DPF), Paulo Lacerda, essa descoberta merecerá uma investigação específica, com novo inquérito. Nele, os titulares dessas contas bancárias serão chamados a prestar esclarecimentos.

A suspeita inicial de alguns policiais é de que Turcão estaria exercendo o papel de agiota, o que é crime. É possível também que os cheques sejam pagamentos de dívidas de jogo.




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