O primeiro-ministro palestino, Ahmed Qorei, inspecionou nesta terça-feira a Faixa de Gaza, que pelo segundo dia consecutivo registrou conflitos na fronteira com o Egito. Acompanhado de vários ministros, Qorei iniciou a visita por uma escola em Mawassi, enclave palestino totalmente cercado pelas colônias.
Qorei disse que a retirada da Faixa de Gaza deve abrir o caminho para a criação do Estado palestino independente, um sonho do falecido presidente Yasser Arafat. "Temos que recuperar a Cisjordânia e Jerusalém. Hoje Gaza, amanhã Jerusalém", disse.
Em Rafah, ao sul da Faixa de Gaza, dezenas de pessoas cruzavam nos dois sentidos a fronteira entre o território palestino e o Egito. O alambrado com arame farpado, que divide a fronteira, foi destruído em vários pontos e bastava passar por cima de um pequeno muro para chegar ao outro lado de Rafah, cidade fronteiriça dividida, com uma parte palestina e outra egípcia. Desde segunda-feira, sem qualquer reação dos policiais egípcios, os palestinos passam de um lado ao outro para visitar os parentes ou para comprar alimentos.
O presidente palestino, Mahmud Abbas, discursará aos palestinos às 18h locais (12h de Brasília), e consagrará à retirada israelense da Faixa de Gaza, concluída na segunda-feira. Neste importante discurso, Abbas apresentará o plano de ação da Autoridade Palestina na Faixa de Gaza e as conseqüências políticas da retirada israelense.
Sharon- O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, viajou nesta terça-feira a Nova York, onde se pronunciará na Assembléia Geral da ONU e no qual citará a retirada israelense de Gaza depois de 38 anos de ocupação. Sharon também se reunirá em Nova York com vários governantes estrangeiros, como o presidente americano, George W. Bush, o russo, Vladimir Putin, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, o rei Abdallah II da Jordânia, além do secretário-geral da ONU, Kofi Annan.