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Região pede que Estado decrete lockdown na Grande São Paulo

Prefeitos ganham reforço dos 12 chefes do Executivo do Alto Tietê e enviam ofício único ao governador João Doria

Vanessa Soares
Do Diário do Grande ABC
19/03/2021 | 00:38
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DGABC


Os prefeitos das sete cidades do Grande ABC se reuniram, ontem, em encontro extraordinária do Consórcio Intermunicipal com os chefes de Executivo dos municípios do Alto Tietê, que engloba Arujá, Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Branca, Santa Isabel e Suzano, e decidiram, em conjunto, solicitar ao governador João Doria (PSDB) que decrete lockdown na Região Metropolitana e Capital por pelo menos sete dias.

Na visão dos prefeitos dos 19 municípios, a medida isolada não faz sentido, uma vez que as regiões estão interligadas e para que o lockdown funcione é necessário que o transporte público seja suspenso, o que não é viável de maneira isolada. “Preferimos tentar sensibilizar o governador para que tome essa medida de maneira uniforme. Fizemos esse apelo porque a doença chegou a níveis muito altos”, explicou o presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB).

O tucano declarou que é contrário a medida tão extrema, mas, diante do avanço exponencial da Covid, não enxerga outra possibilidade. “Observamos o crescimento da doença. Antes, a cada dez pacientes, depois de uma semana de internação, sete iam para casa. Agora, no mesmo período, a cada dez, seis vão para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva). São as novas variantes que estão contaminando as pessoas. Sempre fui contra o lockdown, mas estamos vivendo momento de ataque, de guerra”, acrescentou.

Os municípios vão aguardar posicionamento do Estado até domingo. Caso Doria não acate a solicitação, nova reunião está agendada para segunda-feira na qual os prefeitos vão decidir quais medidas para contenção do avanço da doença serão tomadas. Entre as possibilidades, está antecipação de feriados, como fez ontem o prefeito da Capital, Bruno Covas (PSDB), que mudou a data de Corpus Christi, previsto para 3 de junho, e Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, além de três feriados do ano que vem (fundação de São Paulo, 25 de janeiro, Corpus Christi e Dia da Consciência Negra). O tucano afirmou que discute ainda a mudança do feriado estadual da Revolução Constitucionalista, em 9 de julho. “Antecipamos para os dias 26, 29, 30 e 31 de março e dia 1º de abril, juntando inclusive com o feriado nacional que temos dia 2, Sexta-Feira Santa. Então, termos prazo que vai do dia 26 até o dia 4 de abril sem dia útil”, declarou.

RESPOSTA
Por meio de nota, o governo do Estado se eximiu da responsabilidade e disse que decretar lockdown deve ser uma decisão das cidades. “O Plano São Paulo prevê integral autonomia para que prefeitos adotem medidas mais restritivas do que as normas estabelecidas pelo Estado. Dessa forma, as administrações municipais podem, a qualquer tempo, ampliar restrições de circulação e demais medidas da quarentena, sem depender de norma editada pelo Estado, de acordo com o cenário local de evolução da pandemia. A medida já foi adotada por municípios como Araraquara, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, com apoio do Governo de São Paulo. Desde o início da pandemia, a Polícia Militar e a vigilância sanitária apoiam e acompanham as ações de fiscalização promovidas pelas prefeituras, de forma a resguardar o cumprimento das normas previstas nos decretos estaduais e municipais”, explicou. 




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