A Federação Paulista de Futebol e os 16 clubes da Série A-1 estiveram reunidos virtualmente ontem em encontro emergencial que definiu a suspensão da quinta rodada do campeonato, que seria realizada neste fim de semana, seguindo as determinações do governo do Estado e do Ministério Público em razão da instauração da fase emergencial do Plano São Paulo para o combate à Covid-19 até o dia 30. Ficou combinado que as partes vão debater novamente na segunda-feira como ficarão a sexta e sétima jornadas.

Desta maneira, por ora a Federação recua na decisão de mandar as partidas do Paulistão para outros Estados e também evita um embate na Justiça para a realização dos jogos. Os clubes participaram de votação sobre essa possibilidade de entrada imediata com mandado de segurança para tentar manter a competição. Porém, após empate inicial em oito votos favoráveis (entre eles o do São Paulo) e oito contrários à ação (incluindo Santo André, São Caetano e os outros grandes – Corinthians, Palmeiras e Santos), a Ferroviária mudou de lado, fazendo com que a negativa vencesse.

“O Dr. Rui Fragoso, do escritório Fragoso Advocacia, apresentou para avaliação de todos os clubes o conceito de judicialização do caso. Embora tenham argumentos jurídicos e científicos que sustentem a segurança do protocolo de saúde do futebol, FPF e clubes decidiram por não ingressar neste momento com mandado de segurança. Para as demais rodadas deste período da fase emergencial, a FPF permanece em contato com autoridades estaduais, municipais, federações e CBF para tentar viabilizar a realização dos jogos da próxima semana”, publicou, em nota, a FPF.

Desta maneira, os jogos de Santo André e São Caetano, domingo, respectivamente contra São Bento e Novorizontino, serão remarcados. Os mesmos destinos, no entanto, poderão ter os compromissos da sexta e sétima rodadas, inicialmente marcadas para acontecer entre os dias 24 e 28.

“Acho que sexta e sétima rodadas esquece. Pode ser que na segunda-feira mude, mas depende do que o presidente Reinaldo conseguir com o governo”, disse o presidente do São Caetano, Nairo Ferreira de Souza. “Foi acertada a suspensão da quinta rodada também porque não daria tempo de testar todo mundo e praticar o protocolo. É necessário muita cautela, porque a pandemia está assustando a todos”, emendou ele. “Teremos problemas pela frente, com o agravamento da crise na saúde”, contrapôs o mandatário do Santo André, Sidney Riquetto.

Os cartolas argumentaram sobre os votos negativos para a tentativa de seguir a competição via mandado de segurança. “Ainda não é o momento de judicializar”, opinou Sidney Riquetto. “Poderia manchar e queimar o nome do campeonato. Se for indeferido é derrota para todos e pelo prestígio da Federação seria muito ruim”, argumentou Nairo Ferreira.

Os agravos nos índices da Covid fizeram com que outros cinco Estados suspendessem os campeonatos: Acre, Ceará, Espírito Santo, Goiás e Tocantins, além do Distrito Federal.