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Com salão fechado, dono põe a mão na massa e doa máscaras feitas por ele

Andreense Maurício Franzo aproveita os dotes com costura e fabrica 300 unidades

Por Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
31/03/2020 | 00:01
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Arquivo Pessoal


Solidariedade vem sendo uma das principais palavras na luta contra o novo coronavírus. Apesar dos problemas econômicos que os comércios fechados vêm trazendo aos empreendedores, há aqueles que encontram na ajuda ao próximo alternativa para manter a cabeça ativa e o tempo preenchido. Maurício Franzo, 54 anos, teve de fechar seu salão de cabeleireiro em Santo André em razão da quarentena. Entretanto, a falta de máscaras nas farmácias e supermercados fez com que ele passasse a colocar em prática habilidade com a costura – aproveitando algumas sobras de TNT (Tecido Não Tecido) que tinha em casa – para fabricar os seus próprios itens de proteção. De repente, observando que pessoas próximas também estavam com dificuldade em encontrar o objeto, iniciou a produção para doar e fez 300 unidades desde então.

“Preferi manter distância para não correr risco ou colocá-las (clientes) em risco, porque a essa altura ninguém sabe quem está contaminado ou não. Estou isolado, só saio uma única vez ao dia, para comprar alimentos”, contou ele. “Todos os dias frequento a mesma padaria e notei que as meninas que estão na linha de frente não estavam usando material de proteção porque, assim como eu, não encontraram para comprar. Fiquei bastante preocupado e resolvi fazer. Vi tutorial no YouTube mostrando como fazia, que era algo rápido, e passei a fazer para levar para elas”, complementou Maurício.

Segundo ele, profissionais que seguem na ativa nos estabelecimentos considerados essenciais merecem reconhecimento. “São heroínas, porque a maioria ganha um salário mínimo para se expor tanto lidando com o público. Não têm a opção de não trabalhar, têm de trabalhar”, disse o autônomo, crítico dos governos federal, estadual e municipal por não fornecerem os itens ou, ao menos, uma solução para a falta de máscaras da população.

Ao notar que outros estabelecimentos próximos tinham funcionários com o mesmo tipo de problema, Maurício intensificou a produção. “Acabei doando também para pessoas que têm comércio na minha rua (Juquiá) e que também estavam com dificuldade em comprar a máscara”, afirmou ele, que aprendeu a costurar com a mãe.
Segundo Maurício, o custo para fazer 30 máscaras é de apenas R$ 2 – preço do TNT. Além disso, cada uma leva aproximadamente cinco minutos para ficar pronta. 




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