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Acidentes com aranhas são os mais comuns no Grande ABC

Ocorrências com vítimas de animais peçonhentos cresceram 53% em um ano na região; picadas de abelha e escorpião também preocupam

Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
16/03/2020 | 00:01
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O verão é o período de reprodução de espécies de animais peçonhentos como aranhas, escorpiões, serpentes, lagartas e abelhas, beneficiadas pelo calor e umidade próprios da época. É tempo de preocupação para especialistas e também para a população, pois é mais comum do que parece a ocorrência de acidentes causados por animais desse tipo no Grande ABC.

O número de casos registrados em seis das sete cidades – Rio Grande da Serra não informou – aumentou 53% em 2019, na comparação com o ano anterior: foram 214 ocorrências registradas, contra 139. A maioria dos acidentes foi causada por aranhas.

Segundo dados obtidos pelo Diário junto às administrações municipais, as ocorrências com o aracnídeo tiveram 89 registros no ano passado, seguidas das abelhas, com 50, e escorpião, com 27. Serpentes e lagartas responderam por 26 e nove casos, respectivamente.

O cenário também foi alvo de estudo de pesquisadores da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), que fizeram mapeamento dos casos também a partir dos dados disponibilizados pelo CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica), da Secretaria de Estado da Saúde, que centraliza as ocorrências em São Paulo desde 2016.

Para a médica veterinária e pesquisadora do Conjuscs (Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura da Universidade Municipal de São Caetano) Stefanie Sussai, houve evolução nas ocorrências em todos os tipos de acidentes, não apenas nos casos mais populares envolvendo escorpiões.

“Acaba sendo muito alarmante (o crescimento) diante da época que estamos, que é propícia para reprodução desses animais. Por isso, nossa atenção não tem que ser apenas com o escorpião, o qual é mais divulgado”, observa.

Sussai também avalia que é necessário que as UBSs (Unidades Básicas de Saúde), UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e hospitais preencham a ficha médica de atendimento do paciente com a ocorrência – no caso, o animal específico – correta, pois muitas vezes os animais peçonhentos são classificados apenas como uma categoria. “Isso é prevenção de políticas públicas, com isso dá para saber quais registros aumentam ou diminuem”, finaliza.

ATENDIMENTO
Diante dos cuidados e prevenções contra os acidentes com animais peçonhentos (mais informações na tabela ao lado), a partir da primeira quinzena de fevereiro deste ano, o Hospital e Pronto-Socorro Central, em São Bernardo, passou a oferecer o soro antiescorpiônico, para ocorrências com escorpiões, em ponto estratégico. Acidentes com outros animais peçonhentos devem ser encaminhados para o Hospital Vital Brasil, 1.500, no Butantã, em São Paulo.

São Bernardo teve 112 casos em 2019

Diante de cenário preocupante, entre as seis cidades da região que se posicionaram em relação ao pedido do Diário, São Bernardo foi a que registrou maior número de acidentes com animais peçonhentos no ano passado, somando 112 casos. Inclusive, o município também contabilizou um óbito por picada de serpente no mesmo período. Em 2018, a cidade registrava 75 ocorrências, o que significa que, em 2019, houve aumento de 49% na comparação com o ano anterior. 

O número é alto em relação às demais cidades. Ribeirão Pires aparece em seguida, já que, no ano passado, registrou 34 casos. Em 2018, foram 22.

Mauá aparece com 33 casos em 2019, contra apenas 20 no ano anterior, seguido de Santo André, com 21 em 2019 e 15, em 2018. Na sequência aparece Diadema com 11 casos registrados no ano passado e somente três em 2018, e, por último, São Caetano, que registrou sete ocorrências com animais peçonhentos no ano passado, contra dez em 2018 – única cidade onde os registros diminuíram de um ano para o outro. 

Importante ainda destacar que o único tipo de acidente por animal peçonhento presente nos sete municípios é o causado por aranhas.

Em caso de acidente, todas as administrações municipais indicaram procurar as unidades de saúde mais próximas do local da ocorrência para atendimento imediato. Se possível, com foto ou com o próprio animal causador do acidente, preso dentro de potes ou vasilhas para transporte. 




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