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Creme provocou feridas, diz cliente
Bruno Ribeiro
Especial para o Diário
27/12/2005 | 08:45
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Quando percebeu que o relaxante capilar que costumava usar estava em falta no mercado, a dona-de-casa de Santo André Valdenita Pereira foi orientada por uma promotora do fabricante do produto a comprar um similar, fabricado pela mesma empresa. Quinze minutos após aplicar o relaxante indicado, Valdenita começou a sentir uma forte queimação no couro cabeludo. "Era como se estivesse com uma brasa na cabeça", lembra. Desesperada, correu para o Pronto Atendimento Central, onde a equipe médica precisou de 10 litros de soro fisiológico para lavar a cabeça dela. O médico afirmou que as queimaduras foram de 2º grau.

Valdenita não tem dúvidas de que o relaxante Onduline foi o responsável pela destruição de seu cabelo. Ela precisou corta-lo bem curto e espera as feridas secarem para raspar a cabeça. A empresa fabricante nega, afirmando que a consumidora não seguiu as instruções de uso do produto.

O manual de instruções é claro quando afirma que é necessário realizar um teste do produto, passando-o na pele e em uma mecha do cabelo antes da aplicação na cabeça. "Eu passei no braço e fiz o teste da mecha. Deixei o creme lá por meia hora, como manda o manual. Só que não esperei 24 horas para passar no cabelo, passei logo em seguida. Foi quando senti a reação", conta Valdenita. Entretanto, o braço não apresentou nenhum tipo de irritação mesmo depois de 24 horas. Com relação ao teste da mecha, o manual de instruções não especifica a necessidade de aguardar um dia para a aplicação. Por isso, o procedimento adotado por Valdenita foi correto.

A empresa Aroma do Campo, responsável pelo produto Onduline, informa que tem uma grande preocupação com as instruções de uso do produto. Segundo a empresa, a maior parte dos acidentes provocados pelos produtos são resultados de uso incorreto por parte dos consumidores. No caso de Valdenita, a empresa informa que não foi possível verificar o atendimento prestado à dona-de-casa devido às férias coletivas da empresa, que só terminam na semana que vem (dia 2). A partir de então, a empresa afirma que deverá contatar a cliente novamente e analisar o que provocou tais reações.

Valdenita reclama muito do atendimento prestado pela empresa. Segundo ela, os atendentes se recusaram até mesmo a colher uma amostra do produto para análise, e afirmaram que a responsabilidade pelas queimaduras era toda da dona-de-casa.

O assistente de direção do Procon de Santo André Charles Moura Alves afirma que qualquer nocividade do produto deveria ser informada de forma clara na embalagem. Independentemente da culpa neste caso, a empresa responde por eventuais defeitos do produto.

Como o assunto envolve tanto danos materiais como morais, o assistente afirma que, caso a empresa não faça um acordo com a dona-de-casa, Valdenita pode ingressar na Justiça para obter ressarcimentos.




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