O candidato da Frente Trabalhista à Presidência da República, Ciro Gomes (PPS), afirmou nesta seguda-feira que o atual modelo econômico expõe muito o país à dependência do capital estrangeiro. O presidenciável atribuiu a atual crise econômica à essa característica da economia, considerada uma deficiência pelo trabalhista. “Isso vai explodir”, disse.

Durante entrevista à GloboNews, na noite desta segunda-feira, Ciro mais uma vez se apresentou como o candidato da ‘mudança segura’. Ele disse que é uma alternativa entre o candidato do “governo que deixou o país ajoelhado diante da agiotagem” (referência a José Serra) e o voto de protesto (referindo-se a Luiz Inácio Lula da Silva). “Não podemos esquecer que no dia seguinte da eleição temos um país para governar.”

O presidenciável afirmou que é essencial para o país o retorno do crescimento econômico e explicou que, para que isso aconteça, é necessário elevar o nível interno da poupança para proteger o Brasil e diminuir a dependência de empréstimos de organismos internacionais.

Segundo ele, isso deve acontecer de três formas: acabar com os impostos na produção e nos salários; criar um sistema público de capitalização na previdência e eliminar o rombo nas contas externas. Segundo ele, “investimento estrangeiro não faz política”.

Questionado sobre como tratará a questão da política externa, Ciro disse que ela não existe se não houver um projeto interno. “Não podemos entrar em negociações sem projeto”, disse.

O presidenciável adiantou que deverá pedir o adiamento das negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), “a não ser que haja uma mudança radical nas condições atuais”. Para ele, as indústrias brasileiras não têm condições de competir com as norte-americanas.