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Projeto de lei pede pente-fino no cadastro de gratuidades

Prefeito Lauro Michels (PV) credita medida à crise econômica que o País vive atualmente

Daniel Macário
27/08/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Projeto de lei encaminhado pelo prefeito Lauro Michels (PV) à Câmara de Diadema sugere a realização de pente-fino no cadastro de gratuidades do sistema de transporte coletivo da cidade. O texto, aprovado em primeira votação na quinta-feira, deve voltar à pauta da sessão desta semana.

Na justificativa entregue aos vereadores, o chefe do Executivo discorre sobre a necessidade de recadastrar usuários com o objetivo de eliminar possíveis duplicidades, que, na prática, estariam gerando gastos extras aos cofres públicos, assim como tem ocorrido em demais municípios do Grande ABC. O Diário tem noticiado os casos todo domingo, em série de reportagens com o raio x do transporte de ônibus municipal da região.

No projeto, Lauro Michels relata o sensível momento econômico pelo qual passa o País atualmente. “A presente propositura possui como premissa a manutenção dos direitos assegurados na forma dos benefícios, aprimorando os mecanismos de controle e gestão do programa, combatendo a inconteste migração de beneficiários e corrigindo distorções decorrentes da autodeclaração, de modo a abranger os munícipes que realmente fazem jus ao benefício”, explica o texto.

Com média de 78 mil passageiros diários, conforme dados repassados pela Prefeitura em 2015 – administração não atendeu solicitação de atualização feita neste mês pelo Diário –, o sistema de transporte municipal de Diadema é composto por 187 veículos distribuídos em 27 linhas.

Para a grande maioria dos usuários consultados, encarar ônibus lotados diariamente para ir e voltar do trabalho ou da escola têm sido o principal problema do sistema de transporte público da cidade. "Tem dia em que chego no ponto e consigo embarcar somente no terceiro ônibus por conta da superlotação. É um absurdo você sair do trabalho e ficar na dependência do transporte para chegar em casa”, desabafa a analista de cobrança Juliana Fernandes, 33 anos.

Para usuários, embora a frota da cidade – operada pelas empresas Benfica e Mobibrasil – tenha recebido investimento recentemente com as instalações de wi-fi e de televisores, ainda é necessário aquisição de mais veículos para atender a atual demanda.

“Senti que nos últimos anos a frota tem diminuído, em especial nas linhas de maior movimentação. Eles precisam, ao menos, colocar mais veículos durante os horários de pico”, relata o motorista Vagner Justino, 36. Na opinião da estagiária de Direito Bruna Santos, 23, ainda é necessário dar atenção aos terminais de ônibus. “Sempre tem muita gente e é uma desorganização na hora de entrar. Isso precisa ser revisto”, avalia.

Procurada pelo Diário para falar sobre o sistema de transporte público da cidade, a Prefeitura de Diadema não retornou aos contatos.

No próximo domingo, a equipe de reportagem vai abordar a situação do transporte público em ônibus de Mauá.




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