Política Titulo Em quatro cidades
Crise atrapalha reajuste de salário de servidores em quatro cidades

Prefeituras da região justificam problemas
financeiros para sustentar o congelamento

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
14/06/2017 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Com crise nas contas públicas, quatro prefeituras do Grande ABC já indicaram que não haverá reajuste salarial aos servidores municipais neste ano. Os governos de Diadema – única com reeleição em outubro, de Lauro Michels (PV) –, Santo André, Mauá e Ribeirão Pires justificam problemas financeiros para congelar a folha de pagamento, o que afetará, inclusive, a reposição da inflação no período. De acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o percentual acumulado nos últimos 12 meses ficou em 4,57%.

Os Paços buscam alternativas para minimizar o impacto da decisão. A gestão Lauro estourou o limite de gastos com a folha, fixado pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) em 54% da receita. Balanço aponta que o verde despenderá 55,53% da receita. Diante deste patamar, o prefeito diademense acionou mecanismo na legislação federal que lhe permite não apresentar proposta oficial, evitando novos desgastes políticos com a situação. A categoria marcou assembleia para o dia 22 para tratar sobre a questão, ainda em aberto.

Em Santo André, representantes da Prefeitura se reuniram na segunda-feira com comissão de servidores e o interventor do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos). A administração sinalizou a “enorme dificuldade financeira herdada da gestão passada e que inviabiliza qualquer valor monetário na negociação” – a folha atual soma R$ 50 milhões por mês. O governou reiterou pedido de um voto de confiança para que em 2018 a conversa tenha outro desfecho. “Em contrapartida, a gestão confirmou acordo para o pagamento de 50% do 13º salário até o fim deste mês”, afirmou, referindo-se a benefício cortado em 2016. A classe pedia 15,57%. O debate ainda é travado na cidade.

Mauá oficializou medida para conceder abono de R$ 150 mensais. A proposta do Sindserv era de pagamento de R$ 400 ao mês. O governo se comprometeu a incorporar o valor aos salários, parcelando em abril a primeira metade (R$ 75) e em outubro a outra parte. Em Ribeirão Pires, o Paço – com teto próximo a ser estourado de gastos com a folha – anexou comunicado ao holerite, relatando a queda na arrecadação. A gestão viu como opção dar aumento de 100% no cartão do servidores.

São Bernardo tem firmado ainda encontro com representantes da categoria. O sindicato reivindica 4,69% em março, data-base, e aumento real de 2,8%. Contraproposta do Paço é de reajuste de 5% em novembro. A categoria, que decretou estado de greve, fará ato no dia 23 para discutir o tema.  




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