Cultura & Lazer Titulo
Sesc Sto.André promove oficinas de RPG
Cássio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
19/09/2003 | 19:47
Compartilhar notícia


John Ronald Ruel Tolkien (1892-1973) fez mais do que legar à posteridade O Senhor dos Anéis, trilogia literária onipresente entre cinéfilos e afins desde que Peter Jackson a tem adaptado para as telas, entre 2001 e este ano, quando chega aos cinemas O Retorno do Rei. O escritor britânico foi tão fundo na erudição para conceber um mundo imaginário (a Terra Média) que seus livros são finalizados por apêndices rigorosos quanto a geografia, costumes, calendário etc. E é essa a primeira inspiração para os RPGs (role-playing games), jogos de estratégia que dependem da interpretação de papéis por parte dos participantes. A segunda – e é justamente por conta desta que o Sesc Santo André promove oficinas gratuitas do jogo neste sábado e domingo, a partir das 13h – é a Idade Média.

As mesas de RPG são parte da programação do evento Divina Natureza Humana, voltado a lançar luz sobre a relevância dos períodos medieval e renascentista para a (trans)formação da arte e do pensamento ocidentais. Na empreitada, o Sesc conta com a colaboração da livraria Devir, gigante no mercado brasileiro desse gênero de entretenimento difundido no país entre o fim dos anos 80 e o limiar dos 90. Iniciantes e iniciados estão convidados a comparecer por lá.

Os dados decidem – O RPG é um meio lúdico de levar informações de História a seus jogadores – bem-vinda, então, a sensibilidade da parceria Sesc-Devir. O jogo é rígido quanto a alguns lances. “Quem for jogar uma história passada na Inglaterra medieval, tem de saber se há estradas pelas quais ele pode se locomover entre as cidades”, afirma Tatiana Garcia, 29 anos, proprietária da Taverna Dracon, loja especializada de Santo André que promove encontros semanais de jogadores dentro do ABC Plaza Shopping (av. Industrial, 700. Tel.: 4432-0897).

Não tem nada de grego esse tal de RPG. É basicamente simples, um jogo que consiste em distribuir personagens a serem interpretados pelos participantes. Cada um tem definidos níveis de habilidades (como inteligência, força e potencial atlético). Para comandar e julgar o andamento, há um mestre, que “deve ter pleno conhecimento dos personagens, das possibilidades do jogo e das restrições do período histórico”, diz Tatiana. Conflitos e decisões são todos decididos nos dados, que podem ter dois, seis, dez ou 20 lados.

O cenário medieval é o mais comum, não o único. Há jogos que se passam nos tempos atuais, na pré-história, em um futuro cibernético e existem até sátiras, ambientadas em Tóquio (para ironizar seriados como Spectroman) e denominadas 3D&T.

Aos iniciantes, um kit básico (com livro de regras e um dado) custa em torno de R$ 13 – o lápis, a borracha e o papel para anotações ficam por conta do jogador. Livros mais “pró”, como Forgotten Helms, saem por R$ 74 e ainda há guias de armas e veículos de diferentes épocas históricas, publicados pela editora Daemon, entre R$ 22 e R$ 26. Vale o investimento, especialmente se a disposição de ingressar nesse universo for igual a de um grupo de jogadores de Mauá, clientes de Tatiana, que há sete anos estão na mesma campanha (jogo).




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;