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Ex-diretor da Disney diz que o estúdio lhe deve US$ 250mi
Do Diário do Grande ABC
05/05/1999 | 12:26
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Dois titas de Hollywood, o atual presidente da Disney e o antigo responsável por esse estúdio, estao travando há uma semana uma batalha legal de vários milhoes de dólares, o que traz a público as práticas pouco ortodoxas do setor. O atual confronto é o segundo episódio da guerra entre Jeffey Katzenberg, fundador, junto com Steven Spielberg e David Geffen, dos estúdios DreamWorks, contra Michael Eisner e a Disney. Jeffrey Katzenberg, que dirigiu os estúdios Disney durante dez anos, afirma que seu ex-patrao deve a ele pelo menos 250 milhoes de dólares.

Em uma primeira fase, a Disney reconheceu, em um acordo amistoso, dever dinheiro a Jeffrey Katzenberg e as duas partes aceitaram que um mediador fixasse a importância. A segunda fase começou em 26 de abril passado, em Los Angeles, ante a justiça.

Como o roteiro de um filme, os dois inimigos de hoje eram quase irmaos ontem. Michael Eisner e Jeffrey Katzenberg trabalharam lado a lado na Paramount, no início dos anos 80, antes de se unirem a Disney, em 1984. Hoje, o advogado de Jeffrey Katzenberg, Bertram Fields, afirma que esta divergência se deve à ``animosidade pessoal de um homem', Michael Eisner. O defensor do presidente da Disney, Lou Meisinger, replicou que Jeffrey Katzenberg acrescentou ``um novo critério de arrogância em uma indústria bem provida neste campo'.

No centro de conflito está a afirmaçao de Katzenberg de que, segundo seu contrato, a Disney deve de forma vitalícia 2% dos benefícios gerados pelos quase 700 filmes e produçoes televisivas que ele ajudou a criar, entre elas os mega-sucessos ``O rei Leao', ``A Bela e a Fera' e ``Bom dia, Vietna'. Bertram Fields chegou a mencionar um plano secreto batizado de ``Projeto Bola de Neve', conhecido por Michael Eisner, que pretende evitar que seu cliente possa cobrar o que a empresa lhe deve.

A Disney alega que seu ex-presidente nao era tao eficiente quanto pensa. Segundo Lou Meisinger, os filmes patrocinados por Jeffrey Katzenberg atingiram um déficit de 231 milhoes de dólares quando este deixou a Disney, em 1994.

A Disney também assegura que Katzenberg perdeu o direito de suas ``cotas extras' ao deixar a companhia dois anos antes do término de seu contrato. Segundo Eisner, Katzenberg sabia que ``nao obteria todas as guloseiras' indo embora prematuramente. Entre as citadas ``guloseimas' contratuais de Jeffrey Katzenberg, figuravam uma casa de cinco milhoes de dólares, equipamentos de vídeo avaliados em 100. 000 dólares, avioes particulares e os serviços de um mordomo. O próprio reconheceu ter recebido 100 milhoes além de seu salário durante esses dez anos na Disney, apesar de acrescentar que, durante o mesmo período, Michael Eisner embolsou cerca de um bilhao de dólares.

Ninguém em Hollywood gosta de ver assuntos desse tipo discutidos em público. Mas a Disney poderá se ver diante de aborrecimentos ainda maiores, já que um memorando apresentado ante o juiz talvez dê motivos para outras reclamaçoes por parte dos atores, diretores e roteiristas, que recebem porcentagens das arrecadaçoes dos filmes.

Esse documento detalha como a Disney minimiza seus lucros e supervaloriza os gastos. Tudo obra de Bill Clark, durante anos responsável pela contabilidade da participaçao dos lucros da Disney. Ele agora está atrás de um emprego na DreamWorks e já enviou seu informe aos advogados de Jeffrey Katzenberg.




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