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Vendas de motos apresentam alta
Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
13/09/2003 | 18:50
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Enquanto as vendas de automóveis descem ladeira abaixo, o mercado de motos acelera. Os números da Abraciclo (Associação Brasileira da Indústria de Motocicletas) apontaram em agosto um crescimento de 3,7% em relação ao mesmo mês de 2002 e alta de 5,4% frente a julho. Foram comercializadas no atacado 73.280 unidades no mês passado. De janeiro a agosto, a expansão chegou a 10% (579.646 motos vendidas). A meta da associação é chegar a 910 mil unidades em 2003, um recorde histórico que será mais de duas vezes a comercialização (442 mil) de 1999. O setor se mantém em crescimento há dez anos. “Saímos de 50 mil unidades”, disse o diretor executivo da Abraciclo, Franklin de Mello Neto.

A explicação para este desempenho do setor, segundo a Abraciclo, é a economia de tempo e principalmente dinheiro. Embora isso não signifique, na maior parte dos casos, a troca do automóvel pela moto, esse segundo veículo para o proprietário de um carro oferece vantagens: uma economia significativa nos gastos com o consumo de combustível, a redução do tempo de percurso e permitir que com um rendimento não muito alto se possa adquirir essa forma de locomação. Mas há desvantagens: alto índice de roubos e de acidentes, que elevam o seguro do veículo a custos muitos vezes proibitivos.

A associação e redes de revendas do Grande ABC atestam que esse veículo tem ganhado apelo não só entre os que o utilizam como meio de vida, como é o caso dos motoboys, mas também junto a outros tipos de público. “Temos o perfil do comprador de motocicleta, e um deles é o proprietário de automóvel que adquire como opção de transporte”, afirmou Neto. Ele enumera os pontos positivos do veículo. “A moto (linha 125) faz em média 35 km por litro, e reduz na região metropolitana em dois terços o tempo de percurso”, disse o diretor da Abraciclo.

Lojas – “Ainda não é a grande parcela (dos compradores), mas a cada dia aumenta o número dos que usam como opção para economizar, para fugir do gasto excessivo com gasolina e manutenção”, disse o supervisor de vendas da Andreense Motos Yamaha, João Donizete. O principal cliente da revenda ainda são os motoboys. Há ainda, segundo ele, os que utilizam para lazer. De modo geral, a procura na loja aumentou 30% no primeiro semestre, segundo ele.

A unidade da rede Remasa (bandeira Honda) de São Bernardo também registra crescimento nos resultados. “São vários fatores, um deles o Proger, do Banco do Brasil, que financia a moto para autônomos e motoboys, e também o pedágio mais barato, gasolina, tráfego, tudo isso contribui”, disse o supervisor de vendas, Adilson Barroso de Menezes. Segundo ele, no primeiro semestre, a revenda comercializou 10% mais motos que no mesmo período do ano passado.

No bolso – O encarregado de produção Marcelo Rosseto Barraviera, 31 anos, na última semana foi a uma revenda para comprar uma moto 125 cc. “É (um meio) mais econômico e mais rápido, vou usar para ir ao trabalho”, disse. Ele planejava adquirir uma com preço de R$ 4,8 mil. Barraviera, que mora em São Bernardo e trabalha em Diadema, tem um Fusca. Sua intenção é passar a usar o carro só para levar a família. “Meu Fusca faz 6 km por litro”, afirmou.

O mecânico Leandro de Paula, 28 anos, que trabalha na Volkswagen, de São Bernardo, na última sexta-feira foi a uma loja de Santo André. Ele já teve uma motocicleta, que foi roubada, e quer adquirir outra. Seu plano é utilizá-la no dia-a-dia. “Eu economizava tempo e dinheiro (com a moto)”. Seu automóvel, um Gol, deverá ficar só para os dias de chuva e para “sair à noite”.




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