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Com Edgar Nóbrega na chapa, Auricchio exclui PDT do arco de alianças

Receio é que candidatura do ex-vereador do PT, envolvido em denúncias em 2012, possa gerar desgaste na campanha de outubro

Por Junior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
07/06/2016 | 07:00
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O ex-prefeito de São Caetano e pré-candidato ao Paço pelo PSDB, José Auricchio Júnior, excluiu o PDT do arco de alianças com receio de que a candidatura do ex-vereador Edgar Nóbrega ao Legislativo pela legenda até então aliada pudesse desenterrar o escândalo do mensalinho, ocorrido em 2012, e prejudicar sua campanha.

Pedetistas próximos a Auricchio pressionaram, sem sucesso, Edgar a abrir mão de tentar retornar à Câmara – cumpriu dois mandatos entre 2005 e 2012. Houve sugestão de ocupar cargo em eventual governo do tucano, mas o ex-parlamentar rejeitou a proposta. Presidente do PDT local, Rubens Gomes, aliado de Edgar, levou o imbróglio ao comando estadual do partido, que decidirá se mantém a candidatura do ex-parlamentar. “Surgiram problemas de relacionamento entre algumas pessoas (da legenda) e eu vou levar para a (presidência) estadual resolver”, desconversou Rubens.

Auricchio descartou apoio do PDT depois de a sigla sofrer debandada. A maioria de filiados e pré-candidatos a vereador da agremiação migrou para o PSB depois que a Justiça Eleitoral inviabilizou o diretório por problemas com a prestação de contas. “Não tem nada a ver com o Edgar. O partido teve problema jurídico e acabou esvaziando”, justificou Auricchio. Ex-chefe de Gabinete do tucano, Luiz Antonio Cicaroni era cotado para ocupar a vaga de vice em sua chapa pelo PDT.

Filiado no PT por 16 anos, por onde foi vereador duas vezes e secretário municipal em gestões do PT em Diadema, Edgar trocou o petismo pelo PDT no ano passado para retomar a disputa por cadeira na Câmara em outubro.

A polêmica envolvendo seu nome e que, recentemente, voltou a assombrá-lo aconteceu na eleição de 2012, quando foi prefeiturável pelo PT em São Caetano, mas renunciou à candidatura às vésperas do pleito após ter sido acusado de negociar mensalinho com o então secretário de Governo, Tite Campanella (à época no DEM, hoje PPS), e fazer oposição branda à gestão Auricchio, além de supostamente cobrar R$ 100 mil para financiar a concorrência interna pelo comando do diretório do PT local. O caso veio à tona depois que vazou vídeo nas redes sociais que revelavam conversa entre Edgar e Tite. O episódio foi investigado pelo Ministério Público, que arquivou a história por falta de provas.

Curiosamente, Tite Campanella também será candidato a vereador pelo PPS, na base de Auricchio. Ao contrário de Edgar, o ex-secretário não foi pressionado a desistir da candidatura à vereança.

Procurado, Edgar se limitou a dizer que apoia “todas as decisões de Rubens”. 




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