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Diego Hypólito fica só com a prata na final do solo da Copa do Mundo

Ginasta andreense foi superado por chileno em São Paulo; Zanetti vai atrás da medalha hoje

Miriam Gimenes
22/05/2016 | 07:00
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Ale Cabral/Estadão Conteúdo/NO AR. Diego Hypólito mostrou descontentação com sua nota na final do solo na Copa do Mundo


O ginasta andreense Diego Hypólito, que defende São Bernardo, ficou com a medalha de prata ontem, na final da etapa de São Paulo da Copa do Mundo de Ginástica Artística, disputada no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Ele alcançou a nota de 15,400 e ficou atrás do chileno Tomas González, que chegou a 15,650 e subiu no lugar mais alto do pódio. O japonês Jampei Oka levou o bronze, com 15,000 pontos. Hoje, a partir das 10h50, o são-caetanense Arthur Zanetti luta pelo ouro na prova das argolas.
Após a premiação, o brasileiro disse que não entendeu a razão da nota baixa, já que na classificatória ele chegou a 15,600, mas não reclamou do resultado. “Minha série foi bem similar com a de ontem (sexta-feira), nem melhor, nem pior. Mas estou satisfeito. Esperava chegar, no máximo, em 15,400 e consegui. Agora vou ter uns dez dias para regredir os meus treinos, porque estou me sentindo bem cansado”, disse.
Além da fadiga após a maratona competitiva, Diego Hypólito disse que saiu com leve dor no pé esquerdo, mas nada preocupante. Para ele, este não foi o seu máximo e pretende, daqui a duas semanas, treinar no tatame oficial e focar nos jogos olímpicos. “Se estou conseguindo atingir uma nota deste padrão, acredito que possa chegar ao meu tão sonhado 15,700, que é o que pretendo ter nas Olimpíadas. Com certeza essa competição foi um bom passaporte para que eu seja um dos (atletas) convocados olímpicos.”
Essa foi a quarta medalha de Hypólito em etapas da Copa do Mundo nessa temporada: foi duas vezes ouro no solo, em Cottbus (Alemanha) e Doha (Catar), e bronze no salto, na Alemanha.
O outro brasileiro na disputa da medalha no solo, Arthur Nory não alcançou boa nota na final de São Paulo e ficou na última colocação, com 12,950. Ele sofreu duas quedas durante a sua série, o que rendeu o resultado desfavorável. Também estiveram na final os alemães Andreas Bretschneider (14,750) e Lukas Dauser (14,350), o japonês Hiroki Ishikawa (14,350) e o colombiano Jossimar Calvo Moreno (14,350).

Brasil fatura mais quatro medalhas no primeiro dia de finais no Ibirapuera
Assim como seu irmão, Diego, Daniele Hypólito também subiu no pódio ontem, mas foi ainda melhor ao conseguir a medalha de ouro na final do salto, no Ginásio do Ibirapuera. Os brasileiros ainda subiram outras três vezes ao pódio. Sergio Sasaki foi o segundo no cavalo com alças, mesmo resultado de Rebeca Andrade nas barras assimétricas. Já Francisco Barretto foi bronze nas barras paralelas.
Ginasta de melhor desempenho nas eliminatórias do salto, Daniele repetiu o desempenho na luta por medalha. A brasileira conseguiu média de 14,125 nas suas apresentações, suficiente para levar ouro. A alemã Michelle Timm (13,850), e a finlandesa Annika Urvikko (13,700) completaram o pódio.
No cavalo com alças, Sasaki assegurou a prata com 14,950 pontos, atrás do japonês Kaito Imabayshi, ouro com 15,150. O japonês Fuya Maeno levou o bronze com 14,800. Já Caio Souza ficou em quarto.
Nas barras assimétricas, Rebeca Andrade, com 14,500, empatou com a alemã Kim Bui, mas ficou em segundo. O ouro ficou com a venezuelana Jéssica Lopez, com 14,650. Lorrane dos Santos foi a quarta.
Por fim, Francisco Barretto foi bronze nas barras paralelas com 15,000 pontos, atrás dos colombianos, Jossimar Calvo Moreno, ouro com 15,550, e Javier Sandoval, prata com 15,100. Caio Souza foi quinto. (das Agências)

Hypólito e Zanetti adotam cautela sobre Jogos Olímpicos
Destaques na etapa da Copa do Mundo na Capital, ginastas da região ainda não se veem no Rio

FELIPE SIMÕES
felipesimoes@dgabc.com.br

Todo cuidado é pouco. Desta vez não são as mães que dizem o ditado, mas sim ginastas de renome mundial – Arthur Zanetti, de São Caetano, campeão olímpico nas argolas em 2012, e mundial, em 2013, e o andreense Diego Hypólito, que compete por São Bernardo, bicampeão mundial no solo em 2005 e 2007. Isso porque ainda não ocorreu a definição da Seleção Brasileira que irá aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro – o País tem direito a dez vagas – cinco no masculino e cinco no feminino –, que serão preenchidas conforme a visão da comissão técnica, em convocação a ser feita em breve.
“É certo segurar até o último momento pelo fato de ninguém estar garantido. Todos os atletas precisam se esforçar, cada um querendo melhorar mais do que o outro. Todo mundo está trabalhando forte. Ninguém está garantido”, destacou Zanetti, que é tido como nome certo no Rio-2016. “Sou simplesmente mais um ginasta para brigar por minha vaga. Não sou favorito. Ninguém é”, complementou o são-caetanense.
Diego Hypólito adota a mesma postura do companheiro. Para ele, a convocação dependerá do momento dos atletas. “Não estou focando que existem 12 atletas e só cinco terão vaga. Quem decide a Seleção é a comissão técnica. Tenho o pé no chão porque ginástica é momento”, comentou.
A preparação, na avaliação de ambos, tem sido boa. Zanetti, inclusive, revelou que vem mantendo a rotina de treinos que lhe deu o ouro em 2012 e que, apesar do pouco tempo, consegue conciliar o esporte com outras atividades. “É esse treino que fizemos em 2012 e estamos mantendo em 2016. Está dando para conciliar treino, faculdade, namorada, família, cachorra (risos)”, comentou. “O Arthur está bem, nosso trabalho está tranquilo, estamos dentro do planejamento. Fisicamente ele está bem, a cabeça também”, analisou seu técnico, Marcos Goto.
Já Hypólito, que tem histórico de lesões e cirurgias, ressaltou o trabalho feito física e mentalmente. “Estou bem, faz tempo que não tenho lesões graves. Tenho trabalhado o lado psicológico e físico”, disse.
ESTRUTURA
Muito da preparação benfeita de ambos vêm da estrutura, apontada, inclusive, como motivo pelo qual a ginástica do Grande ABC está em evidência hoje.
“Temos poucos clubes com alto nível no País. Essa é a diferença. Hoje temos São Caetano e São Bernardo com ginásios em condição de receber atletas olímpicos”, disse Goto.
“Os principais ginastas são do Grande ABC. Em São Bernardo temos excelente centro, não troco de clube por questão estrutural. É o melhor do Brasil”, afirmou Diego, que treina no Centro de Ginástica Marcel Francisco dos Santos, localizado no terreno do antigo Clube da Volks.
Já Goto e Zanetti não demonstram o mesmo entusiasmo ao falar de São Caetano. Isso porque a cidade ainda não construiu o Centro de Excelência Esportiva de Ginástica Rítmica e Artística, alegando falta de recursos do Ministério do Esporte, o que faz com que utilizem o Serc/Santa Maria, alvo de críticas no passado. “Foram promessas que nos fizeram e até agora não foi executado. Para nós vai ser lucro se sair”, disparou Goto. “Isso daí nem estou ligando. Outras situações e problemas não quero saber. Quero saber do meu treino e fazer minha parte”, desconversou Zanetti.




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