Cultura & Lazer Titulo Carnaval
Não deixe o samba morrer

São Caetano se agita com o bloco Balancê Cultural,
que sairá pelas ruas hoje, na quarta edição do evento

Por Luis Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
12/02/2012 | 07:00
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Os tambores começam a aquecer os foliões em São Caetano. A cidade se agita com o bloco carnavalesco Balancê Cultural, que sairá pelas ruas hoje. Na quarta edição, o evento reúne grupos do município e recebe convidados para pular o Carnaval como nos velhos tempos.

A concentração dos blocos é a partir das 14h, tendo como ponto de encontro o Parque Linear, no cruzamento das avenidas Presidente Kennedy e Tijucussu. O início da ‘bagunça' está programado para as 15h. A atividade é gratuita e aberta ao público de todas as idades. As inscrições para a participação junto aos grupos se encerraram na sexta-feira, mas é possível ainda garantir uma vaga. Basta comparecer.

Marchinhas antigas e muito samba embalam a tarde. O cenário foi montado com a ajuda de pessoas que estiveram em 'workshops' promovidos pela Prefeitura durante a semana e que aproveitaram as aulas para elaborar máscaras e fantasias.

Na caminhada pela Avenida Presidente Kennedy estarão presentes os blocos 'Atchim, Saúde, Assim Como Você', 'A Vida Pede Passagem', 'AssociAção' e 'Vim Pra Ficar' e 'Vem Quem Quer', organizados por órgãos públicos e empresas do município. Entre os convidados especiais para a edição deste ano estão os intérpretes Ivany Barreto e Gil Marques, a Banda 28 de Julho e as baterias das escolas de samba de São Caetano.

CULTURA DO CORDÃO
O destaque do Balancê Cultural 2012 fica por conta do Cordão Carnavalesco Ziriguidum, com Osvaldinho da Cuíca, figura emblemática do samba e do Carnaval. Após 12 anos de grupo, o sambista lamenta não haver mais espaço para a cultura do cordão, que nasceu no Rio no século 19. "É uma pena não ter mais espaço para esse tipo de manifestação. A grande vantagem do Ziriguidum foi revitalizar um Carnaval barato", diz Osvaldinho. "Só é preciso o instrumento e o povo, então acaba sendo algo muito mais prático e ágil. Fica mais bonito culturalmente e o repertório é muito mais variado."

Aos 71 anos, ele relembra grandes pérolas de Lamartine Babo e Henrique Felipe da Costa, o 'Henricão', fundador da Vai-Vai, de São Paulo - que nasceu no formato de cordão. "A ideia é apresentar antigas canções como no velho cordão. Misturamos sucessos que tocavam nas rádios com marchas clássicas, além de falarmos sobre a história do cordão", explica.

Após tantas festas, Osvaldinho acredita que tudo se tornou um enorme negócio. Ele continua a fazer seu trabalho para não deixar a história do samba (e do cordão) morrer. "O que tinha de mais interessante no passado era a alegria espontânea. Hoje, temos um Carnaval mais bonito e profissional, mas que perdeu a essência e alma."




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