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População cresce 15,5% em 15 anos

Segundo IBGE, o Grande ABC tem 2,7 mi de
moradores, mas ainda há falta de planejamento

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
29/08/2015 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


O Grande ABC tem hoje 2.719.571 habitantes, sendo que duas das sete cidades – São Bernardo e Santo André – estão entre as dez mais populosas do País quando não consideradas as Capitais, na quinta e na sétima posições, respectivamente. O número, que integra a estimativa populacional referente a julho deste ano divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é 0,65% maior do que o observado em 2014 e 15,49% mais alto do que o registrado em 2000, quando 2.354.722 pessoas moravam nas sete cidades.

Estima-se que o Brasil tenha 204,5 milhões de habitantes, com taxa de crescimento de 0,83% em relação a 2014. São Paulo segue como o município mais populoso, com 12 milhões de moradores. Caso fosse uma Capital, o Grande ABC estaria na quinta colocação no ranking nacional, atrás de cidades como Rio de Janeiro, Salvador e Brasília e à frente de Fortaleza.

Nos últimos 15 anos, houve acréscimo populacional em todas as sete cidades, com destaque para Rio Grande da Serra, onde a alta foi de 30,23%. (veja mais informações no quadro acima). Conforme o coordenador do Inpes/USCS (Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de São Caetano) Leandro Prearo, o dado é reflexo de boom imobiliário, acesso ao crédito e situação econômica favorável à época, no caso das cidades mais ricas, avanço de programas habitacionais com subsídio do governo em Diadema e Mauá e oferta de área nos demais municípios.

Prearo lembra que o crescimento populacional significa a chegada de novos moradores, tendo em vista queda na taxa de natalidade entre as sete cidades. “O Grande ABC é uma região economicamente importante e que está próxima da Capital.”

Já entre 2014 e 2015, o especialista destaca que a ligeira alta se deve ao estanque em relação à aquisição de imóveis, resultado já do início da crise econômica que assola o País. “Houve esgotamento da economia do consumo”, diz Prearo.

IMPACTOS

Para o professor do curso de Ciências Sociais e coordenador do Núcleo de Formação Cidadã da Metodista Oswaldo de Oliveira Júnior, o instrumento divulgado pelo IBGE deveria servir de base para a elaboração de políticas públicas por parte dos gestores. No entanto, ele ressalta que o Grande ABC pode ser usado como exemplo para observar os impactos da falta de planejamento no passado. “Vemos que os políticos estão correndo atrás dos prejuízos nas áreas da Economia, Saúde, Educação, Habitação, Mobilidade Urbana e até mesmo Meio Ambiente.”

A ampliação intensa e desordenada da população regional, segundo o docente, é reflexo do processo de industrialização, nas décadas de 1950 e 1960. “Houve crescimento vertiginoso em pouco tempo. Quando não temos planejamento, há a expansão territorial de forma horizontal, com crescimento de moradias irregulares e que se desdobra para as demais áreas. Planejar exige vontade política”, observa Oliveira. 




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