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Filme relembra irreverência de banda
16/07/2010 | 07:08
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"Nem homem. Nem mulher. Gente." Assim os Dzi Croquettes se definiam. Gente extraordinária que, em plena ditadura, ousou quebrar a censura com irreverência e graça. Pense em 13 homens peludos e escrachados que subiam ao palco em vestidos, meias-calças, saltos altíssimos, maquiagem pesada, piscando imensos cílios postiços em performances de dança, esquetes de comédia em espetáculo inclassificável, mas tão único que arrebatava fãs por onde passava. Isso era Dzi Croquettes. Dzi de ‘The', artigo de indicação em inglês. Croquettes porque eram feitos de carne, "feito gente". A irreverência foi tanta que por vezes foram proibidos de se apresentar no País. Mas caíram nas graças do público brasileiro e também do europeu, mais precisamente de Paris. É a história desta gente extraordinária que Tatiana Issa e Raphael Alvarez resolveram contar quando começaram, há quase três anos, as filmagens de Dzi Croquettes, documentário que estreia hoje.

Misturando docudrama e cuidadosa pesquisa de arquivos com entrevistas inéditas e edição apurada, já integra lista dos mais premiados e bem recebidos documentários brasileiros da história. Vale lembrar que Tatiana e Alvarez vivem em Nova York e não tiveram apoio de investidores daqui. "Foi difícil explicar nosso objetivo aos possíveis patrocinadores. E mais ainda entender os motivos dos ‘nãos'. Afinal, queríamos contar parte da história recente do País. No entanto, esbarramos no preconceito em relação aos temas que o filme levanta, como liberdade sexual, Aids. Só na pós-produção conseguimos o apoio do Canal Brasil", comentam.

Tatiana lembra da época em que era a ‘bonequinha dos Dzi'. "Meu pai, Américo Issa, era cenógrafo e iluminador do grupo. A gente viajava, morava com eles. Me maquiavam, vestiam, brincavam comigo. Eram meus palhacinhos". ‘Eles' são Wagner Ribeiro, Ciro Barcelos, Cláudio Gaya, Reginaldo di Poly, Rogério di Poly, Claudio Tovar, Paulo Bacellar, Carlinhos Machado, Benedito Lacerda, Eloy Simões, Bayard Tonelli, Roberto Rodrigues e Lennie Dale, o mais carioca dos norte-americanos.




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