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Flamengo enviará contra-proposta a empresa suíça
Do Diário do Grande ABC
18/08/1999 | 15:43
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O Flamengo envia esta semana para a Europa o texto final da proposta de parceria com a empresa suíça de marketing esportivo ISL, contendo alteraçoes no documento original, aprovado 'com ressalvas' por conselheiros do clube em 26 de julho. As mudanças serao submetidas a uma análise da empresa e o acordo poderá ser protelado se houver algum impasse. A princípio, os dirigentes do Flamengo mantêm-se otimistas quanto à aceitaçao da contra-proposta. O acordo deverá render ao clube US$ 80 milhoes por 15 anos.

Durante três semanas, uma comissao especial criada pelo presidente do Flamengo, Edmundo dos Santos Silva, estudou e reformulou os pontos polêmicos da proposta da ISL. Um deles dizia respeito à construçao de um estádio para o clube. A ISL comprometia-se a pagar uma multa no valor de US$ 5 milhoes se nao conseguisse concluir a obra. A partir de agora, consta da nova redaçao do documento, traduzido para o inglês, a obrigaçao de a ISL entregar um novo estádio ao Flamengo seria erguido provavelmente na zona oeste do Rio ou na Baixada Fluminense num prazo de até quatro anos. "Nao deve haver nenhum problema", observou Silva.

Havia também uma cláusula na qual a ISL poderia renovar automaticamente a parceria de 15 anos por mais um período idêntico ao fim do contrato. Mas esse item também foi alterado. A renovaçao só será possível se a parceria resultar num lucro líquido de no mínimo 10% sobre o faturamento bruto do clube ao longo do contrato. "Passa a ser importante definir a forma de cálculo desse lucro", disse o ex-presidente do Flamengo, Márcio Braga, integrante da comissao, que se reunirá nesta quinta à noite para finalizar os trabalhos.

Além disso, à continuidade da parceria, em sua segunda etapa, estipularia-se nova cota de divisao dos rendimentos nos primeiros 15 anos, ISL e Flamengo vao ter direito, cada um, a 50% dos lucros. A partir de entao, a ISL doaria 1% ao Flamengo a cada 12 meses, até que chegassem à seguinte distribuiçao: 65% para o clube e 35% para a empresa de marketing. Nos últimos dias, a questao que mais importunou os conselheiros do Flamengo se referia a uma taxa de administraçao de 10% que seria cobrada pela ISL sobre a receita do clube.

Essa medida poderia trazer prejuízos para o Flamengo. Se o clube, por exemplo, faturasse US$ 50 milhoes e gastasse a mesma quantia, ainda assim a ISL teria direito a US$ 5 milhoes. Esses 10% sobre a receita indicavam, inclusive, que a ISL poderia adquirir vantagens sobre contratos já existentes e que nao foram negociados pela empresa. Para os dirigentes do Flamengo, a taxa deve ser mantida, mas apenas sobre o valor agregado a partir do contrato.

"Isso nao vai incidir nos bens, nos imóveis, nas contribuiçoes dos associados; em tudo o que o Flamengo já tem", explicou Braga. O porcentual também nao recai sobre a venda de jogadores. A diretoria do clube contratou uma empresa de consultoria, a Sirostky, para fazer uma reavaliaçao da marca Flamengo, que, em 1997, estava estimada em US$ 265 milhoes.




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