Pelo menos treze civis morreram na noite desta segunda-feira e madrugada de terça nos bombardeios aéreos de Israel contra o sul do Líbano, informou a polícia.

Os corpos de seis civis foram retirados dos escombros de uma casa de dois andares onde viviam o casal Awada e seus nove filhos, destruída pela aviação israelense na localidade de Aitarun, na fronteira entre Líbano e Israel.

"Três crianças e um adulto feridos no mesmo ataque foram resgatados com vida, e outras três pessoas continuam sob os escombros", revelou à imprensa o prefeito de Aitarun, Salim Mrad.

Segundo Mrad, os aviões de Israel continuam sobrevoando o povoado, enquanto prosseguem as operações de resgate.

Três civis que caminhavam para o povoado de Burj Rahal, vizinho a Qasmiyé, ao norte de Tiro, foram mortos por um míssil ar-terra disparado por um aparelho israelense. Na mesma ação, duas pessoas ficaram gravemente feridas.

No sábado passado, o Exército israelense aconselhou a população do sul do Líbano a abandonar a fronteira entre os dois países. Os militares lançaram panfletos advertindo para os riscos que correm os libaneses que vivem na região.

Responsáveis militares de Israel admitiram na semana passada que planejam estabelecer uma zona de segurança no sul do Líbano para impedir que o Hezbollah ataque o território israelense a partir desta região.

Na noite de segunda-feira, os corpos de uma mulher, de suas duas filhas e da empregada da família foram encontrados sob os escombros da casa em que viviam na cidade portuária de Tiro, no sul do país. Outros quatro civis ficaram feridos no mesmo ataque.

A Aviação e a Marinha israelenses prosseguiam nesta madrugada com o bombardeio contra a periferia sul de Beirute, bastião do Hezbollah, e os bairros do "perímetro de segurança" do partido xiita estão completamente destruídos após quatro dias de ataque, comprovou a AFP no local.

Cinco membros de uma mesma família, incluindo três crianças, foram feridos durante uma nova série de ataques aéreos contra Baalbeck, outro bastião do Hezbollah, no leste do Líbano, segundo a polícia.

Dois prédios que abrigavam escritórios de responsáveis do Hezbollah no centro de Baalbeck, cidade de 100 mil habitantes, foram destruídos no bombardeio.

Os caças-bombardeiros israelenses também fizeram cinco incursões contra as colinas de Rachaya Al Fujar, no setor oriental do Líbano-Sul, minutos após uma salva de foguetes Katiusha atingir o norte de Israel.

A aviação israelense também atacou a cidade de Jiam, mais ao leste, sem causar vítimas.

Na madrugada de terça-feira, dois quartéis do Exército libanês situados na região de Beirute foram bombardeados pela aviação israelense, informaram à AFP fontes militares.

Um dos alvos foi o quartel de Jamhour, 10 km a leste de Beirute, perto do palácio presidencial de Baabda e da sede do ministério da Defesa.

"O bombardeio fez vítimas. As operações de socorro estão começando agora", informou à AFP um porta-voz do Exército, sem citar números.

Após atacar a unidade de Jamhour, a aviação israelense bombardeou o quartel de Kfarchima, no litoral a sudeste de Beirute.

Apenas na segunda-feira, 59 pessoas morreram nos ataques israelenses contra o Líbano, segundo levantamento baseado em fontes médicas e policiais.

Desde o início dos ataques, em 12 de julho, 208 civis morreram e mais de 448 ficaram feridos no Líbano.

A ofensiva aérea foi deflagrada pelo seqüestro de dois soldados israelenses pelo Hezbollah, em uma operação que também matou oito militares de Israel.

O Hezbollah informou a morte de três de seus membros e o Exército libanês conta 12 mortos e 24 feridos em suas fileiras.