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INSS de São Bernardo nega 50% dos benefícios
Por Michele Loureiro
Do Diário do Grande ABC
18/12/2008 | 07:00
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No mês de novembro, 11.383 pessoas realizaram perícias médicas no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) de São Bernardo. Deste total, 50% tiveram benefício negado. "Este número não é alto se comparado a Guarulhos, por exemplo, onde o índice é de 62%", explica a gerente executiva do INSS de São Bernardo, Marina Reiko Iwai.

O INSS de Santo André negou 46% dos benefícios de novembro.Para a gerente, o que dificulta o trabalho dos médicos-peritos são os trabalhadores que agem de má-fé. "Muitas pessoas denunciam vizinhos ou conhecidos que ganham auxílio-doença sem precisar. Tenho uma pilha de processos para reavaliar. É injusto, mas os bons acabam pagando pelos maus", diz.

Apesar do descontentamento dos contribuintes, a gerente de São Bernardo explica que os 40 médicos-peritos, que realizam atendimento no local, são qualificados. "É claro que cada um tem um modo de atuar, mas o que as pessoas precisam entender é que nem sempre o indivíduo que tem uma doença está incapacitado de trabalhar".

MANIFESTAÇÃO - Na última terça-feira um grupo de cerca de 80 pessoas se reuniu em frente ao INSS de São Bernardo para protestar contra altas consideradas injustas.

O movimento, organizado pelo Sindicato dos Químicos do Grande ABC, durou cerca de duas horas. "Há nove meses não recebo um centavo. O INSS me dá alta e manda de volta ao trabalho, porém, a empresa não me aceita de volta. Enquanto isso, vivo de doações de familiares e amigos", conta Antônio Braga da Costa Filho.

As reclamações mais comuns são dos trabalhadores que vivem este impasse, de altas e rejeições das empresas. "Não é justo precisar de um direito seu e ter o pedido negado nove vezes consecutivas", desabafa Antônio.

"Os peritos sequer olham os exames dos contribuintes, há um pouco caso com a saúde do trabalhador. Este jogo de transferência de responsabilidade entre INSS e empresas precisa acabar", reclama o diretor do sindicato Milton Nunes, conhecido como Tijolinho.

Apesar das queixas do trabalhadores e do sindicato, a gerente executiva do INSS de São Bernardo alega que o trabalho de parceria já foi proposto. "Queremos o Sindicato dos Químicos como parceiro e não como inimigo. Fizemos reuniões para analisarmos os principais problemas, porém não obtivemos andamento nisso", diz Marina.




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