Candidato à reeleição, o prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), admitiu ontem o clima de frustração com o resultado das urnas, ficando em desvantagem frente à ascensão do adversário na reta final. Com 37,23% dos votos válidos, o petebista caiu para a segunda posição no pleito ao ser superado pelo postulante petista, deputado estadual Carlos Grana, que conquistou 42,85% do eleitorado. O saldo de diferença entre ambos fechou em quase 20 mil votos.

Aidan afirmou que "havia esperança maior" por conta de levantamentos internos que, segundo ele, indicavam números favoráveis. "Tínhamos pesquisa diferente." Em discursos aos apoiadores, o prefeito falava em liquidar a fatura já no primeiro turno. Perante o ‘saldo negativo', a militância deixou o comitê por volta das 21h num ambiente de velório, alguns até com olhos marejados e outros revoltados, culpando, inclusive, a imprensa pelo resultado. "É lógico que o pessoal fica triste. Isso é natural."

Apesar de mencionar ser difícil avaliar o recado das urnas, o petebista considerou possível o eleitor "ter acreditado em tudo o que (os rivais no páreo) falaram como verdade". Segundo Aidan, houve muita mentira durante a corrida eleitoral. "O pessoal (concorrentes) veio com campanha desabonadora, muito ruim. Provavelmente pode ter sido isso", justificou. Apesar da declaração, foi ele quem decidiu não divulgar agenda de atividade diária à imprensa e, por consequência, rebater acusações.

Surpreso em razão da expectativa criada, o prefeiturável adiantou que uma das estratégias para o segundo turno será atingir os 38% de votos brancos, nulos e abstenções. "Essas pessoas não participaram. Trabalharemos esse grande número de evasão. Avalio que existe algo em cima disso a nosso favor", disse, ao completar que a partir de hoje começa nova eleição. "Está em aberto. Inicia tudo do zero de novo." Além disso, destacou que tem perspectiva de contar com o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), em seu palanque.

O tucano não compareceu na campanha de Raimundo Salles (PDT), que tinha o PSDB como vice.

O petebista resgatou a história do pleito de 2008, quando ficou em segundo lugar contra Vanderlei Siraque (PT) e depois virou o jogo na segunda etapa, avaliando que a vitória petista não traz nenhuma vantagem. "Tive 21,7% (81 mil votos no primeiro turno de 2008). Quase dobrou (ontem amealhou 135 mil sufrágios). O outro (Siraque) teve 48,9% e agora (Grana) teve 42%. Então, para nós, está ótimo. Claro que queríamos ganhar, mas não deu." Ele citou que buscará o apoio dos quatro derrotados no pleito e exaltou a votação para a vereança: fez nove das 21 cadeiras.