Mesmo com a promessa de depositar nesta segunda-feira R$ 31 mil para o primeiro da lista dos credores, o prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior (PT), continuará a sofrer pressões da Comissão de Precatórios do município. Agora, os servidores com dívidas a receber da Prefeitura querem que a Comissão de Direitos Humanos da Câmara apure suposto abuso de poder da GCM (Guarda Civil Municipal), acusada de expulsar com violência precatorianos que acamparam no Paço Municipal na noite de 12 de julho.

"Não havia justificativa para aquela agressão, só ocupamos a Prefeitura porque o Filippi não nos atende desde o início do ano", afirma João Carlos dos Santos, coordenador da comissão. Os servidores também pretendem usar a tribuna da Câmara, que volta do recesso parlamentar nesta semana, para reclamar das agressões que dizem ter sofrido. Á época do episódio, boletim de ocorrência foi registrado no 1º DP (Centro), e inquérito foi instaurado. O Diário não conseguiu localizar representantes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara ou o delegado que instaurou inquérito no 1o. Distrito Policial para falar sobre o caso.

A administração prometeu que depositaria nesta segunda-feira os R$ 31 mil do ex-motorista Roberto Martinez e reforçou, por meio de nota na última sexta-feira, a intenção de destinar ainda este ano o R$ 1,2 milhão prometido para pagamento de precatórios do município. A única condição para o descumprimento do acordo, segundo a Prefeitura, seria a impossibilidade do resgate dos R$ 7,5 milhões confiscados pela Justiça em abril. Pedido de reunião com o TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo para tratar do assunto deve ser respondido nos próximos dias.

O próximo - A segunda na lista dos credores de Diadema é Maria José, que tem cerca de R$ 41 mil a receber da Prefeitura. Em maio, representantes da Comissão de Precatórios do município obtiveram do secretário de governo, Oswaldo Misso, a promessa de que os credores da administração receberiam este ano R$ 1,2 milhão, que equivalem a 10% da dívida de precatórios da cidade.

A administração ficou de pagar R$ 170 mil por mês a partir de junho, mas as prestações não foram depositadas. Segundo o coordenador da comissão precatoriana, nestes três meses o atraso já contabiliza R$ 510 mil. No total, Diadema tem 151 precatórios oriundos de desapropriação a pagar, que somam dívida de R$ 12 milhões.

Os funcionários com dívidas a receber da Prefeitura se reúnem nesta terça-feira às 9h no Sindicato dos Servidores Públicos para confirmar se realmente foram depositados os R$ 31 mil para Roberto Martinez. Paralelamente, comissão de precatorianos irá ao TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de Diadema pressionar pela liberação de cerca de 20% dos R$ 366 mil depositados pela administração em 1º de fevereiro deste ano.