Eleições 2016 Titulo Derrocada
Nova derrota põe em xeque futuro do PT de Diadema

Depois de passado vitorioso, partido observa terceiro fracasso seguido no município e aquece crise institucional

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
16/10/2016 | 07:00
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Montagem/DGABC


Detentor de hegemonia entre 1982 e 2012, o PT de Diadema expõe hoje retrato de fissuras políticas e futuro de incertezas, em seu pior momento político na cidade.

De fora do segundo turno no pleito municipal – ficou em terceiro lugar, em projeto liderado por Manoel Eduardo Marinho, o Maninho –, a legenda assiste hoje de longe à disputa do segundo turno entre Lauro Michels (PV), candidato à reeleição, e o opositor Vaguinho do Conselho (PRB), sem ao menos conseguir explicitar seu apoio político (lideranças do partido pedem votos ao republicano depois que o diretório, neutro, liberou apoios na etapa final).

O PT governou o município em seis ocasiões. Trajetória que começou com Gilson Menezes (1983 a 1988) e passou por José Augusto da Silva Ramos (1989 a 1992), José de Filippi Júnior (1993 a 1996, 2001 a 2004 e 2005 a 2008) e Mário Reali (2009 a 2012). Além disso, emplacou assentos na Assembleia Legislativa em três pleitos consecutivos (1998, 2002 e 2006), além de vagas na Câmara Federal, em 1994, com Zé Augusto, e 2010, com Filippi. Foi justamente nessa eleição de seis anos atrás, com Filippi de protagonista, o último auge da legenda em Diadema.

A série de derrotas ocorreu a partir de 2012, na disputa pela Prefeitura. O então opositor Lauro Michels impôs virada sobre Reali, no segundo turno. Dois anos depois, o fracasso foi visto na tentativa de dobrada entre Reali, à Câmara Federal, e José Antônio da Silva, à Assembleia. Sem apoio unificado e com as lideranças em grupos distintos, ambos fracassaram na empreitada.

No dia 2, o petismo amargou mais um fracasso, contabilizando terceiro revés seguido nas urnas. Assistiu também à redução da bancada de seis para três vereadores.

Presidente municipal, Reali afirmou que vai iniciar série de ações no partido, a partir do fim do segundo turno, para reorganizar próximos passos. “Hoje existe uma ressaca eleitoral. Mas creio que, depois do fim da eleição, a direção nacional vai deliberar sobre a renovação nos diretórios. Assim, poderemos ter o indicativo para nos reorganizar e voltarmos a manter uma frente”, pontuou.

Na semana passada, a legenda expôs novo problema. Em definição sobre o posicionamento para o segundo turno, nem Filippi nem Reali participaram da reunião, o que gerou muitas críticas entre filiados e militantes. O partido acabou oficializando sua neutralidade ao pleito. “Nós temos refletido, não só com lideranças do PT, mas também do Psol e com os movimentos sociais para reestruturarmos a frente de esquerda no País, que ficou fragilizada em muitos lugares”, contemporizou Reali.

Alento do partido na eleição ao registrar maior votação entre os candidatos a vereador, Ronaldo Lacerda admitiu falhas internas que levaram à derrocada nas últimas empreitadas. No entanto, vê caminhos para voltar triunfar. “O PT precisa resgatar muitas bandeiras de luta, se aproximar dos movimentos sociais. Isso tudo ficou esquecido quando o partido se tornou governo. Deu ênfase à máquina pública e esqueceu essas questões importantes. Defendo um amplo debate sobre o nosso papel ideológico na luta de classes.” 




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