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Missão mais do que cumprida

Com papel que ganhou força em ‘Velho Chico’,
Batoré diz que não quer mais deixar de fazer novelas

Por Marcela Munhoz
09/10/2016 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 O Réveillon de 2016 para 2017 nem chegou, mas Ivann Gomes já está soltando fogos de artifício. Para ele, o ano foi inesquecível, daqueles dignos de enquadrar na memória. É que o humorista de Mauá – conhecido do público como Batoré, personagem piadista que entrou para a TV na década de 1990 – ganhou status de ator global, respeitado pelos grandes da teledramaturgia brasileira. Ele acaba de interpretar o delegado Queiróz, de Velho Chico, figura que, a princípio, só apareceria na primeira fase da trama, mas que ganhou nome, uma história e seguiu junto ao elenco principal até o fim da novela.

Recentemente de volta do Projac, Batoré relembrou ao Diário como foi participar de uma trama em horário nobre. Ele está em êxtase. “Nunca tentei fazer novela, porque não tenho cara de novela. Mas tudo acontece no momento certo. Deus é maravilhoso e Ele quis coroar minha carreira, porque sabia que eu merecia. Depois da primeira fase, já podia morrer feliz. Então, quando fui chamado para a segunda, a gratidão foi tão grande que fiz mais do que o necessário. Olha, ouvir os elogios que ouvi de atores como Antônio Fagundes e Carlos Vereza não tem preço. Fiquei surpreso ao fazer algo que eu mesmo não sabia que sabia fazer”, conta.

Batoré credita o sucesso do Queiróz à liberdade que teve para improvisar na segunda fase. “Coloquei na cabeça que ia me emprestar para o texto, embora tenha muita gente que me acha imprestável”, brinca. “Então, coloquei naturalidade e verdade. Quando precisou ser sério, fui. Quando a cena era mais amena, fiz graça”. Segundo pesquisa da Globo, Queiróz foi personagem amado e odiado ao mesmo tempo. O intérprete aplaudiu o fim do delegado, que fazia o que Afrânio (Antônio Fagundes) mandava. “A prisão foi justa.”

Para ele, Velho Chico vai ficar na história da televisão pela qualidade visual, inovações e por ter abordado temas como coronelismo e a transposição do Rio São Francisco. “Isso ensina que o futuro está no jovem se interessar pela política. Só ele pode mudar quem vai continuar no poder”, enfatiza Ivann, que foi eleito vereador de Mauá duas vezes. Mas política, por agora, não está nos planos. Enquanto volta com seu stand up pelo Brasil, ele quer é aparecer nas telinhas. “Me pediram para descansar e aguardar. Estou torcendo por um novo convite. E realmente essa reta final foi tensa, ainda mais por termos perdido dois seres humanos incríveis como Domingos Montagner e Umberto Magnani.”

Quando fala sobre o assunto, Batoré se emociona. “Gravei pouco com Domingos, mas nos identificamos. Acredito que por ele ter sido palhaço e eu ser da comédia, o fato é que viramos amigos”, conta o comediante, que estava gravando em Canindé de São Francisco quando o colega morreu. “Jantamos na noite anterior e eu só não fui nadar porque tinha que voltar para o Rio. Até agora não entendemos por que eles escolheram a Prainha. Nada todo dia durante as gravações em outros lugares do rio, e era tranquilo. Acredito que chegou a hora dele”. Mas Batoré sabe bem identificar a lição que ficou de toda essa experiência vivida nos últimos meses. “Meu pai me ensinou que temos de ter humildade e gratidão e via isso no Domingos. Só quem é cego não aprendeu. A vida tem prazo de validade, então, precisamos aproveitar. Que venha 2017.”




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